Terceiro a prestar depoimento, Bernal assegura que Olarte será condenado
Alcides Bernal (PP), prefeito de Campo Grande, acredita que o prefeito afastado Gilmar Olarte (PP) será condenado. Após o depoimento na audiência de instrução e julgamento nesta sexta-feira (27), que durou cerca de 45 minutos, Bernal saiu dizendo que as provas são contundentes para a condenação e que acredita no Poder Judiciário. O então prefeito da Capital foi a terceira pessoa a prestar depoimento. Ele chegou a defender a prisão do réu para não continuar interferindo no processo.
O promotor Marcos Alex Veras foi o responsável pelos questionamentos ao prefeito. Bernal disse que teve contato com Olarte e Ronan Feitosa pela primeira vez em 2006, quando o réu assumiu a vaga de Rinaldo Modesto na Câmara. “Sempre viveram juntos”, comentou sobre a relação entre Olarte e Ronan.
Bernal contou que, no início de 2013 após assumir a prefeitura, foi procurado por pessoas que denunciaram Olarte por entregar cheque de eleitores para agiotas. Ainda de procurar fornecedores parar obter benefícios em troca de futuras vantagens. Ele apontou que foi procurado para resolver a situação de pessoas que estavam com os cheques sem fundos. “Eram crimes continuados”, assegurou.
A testemunha ressaltou que aconselhava as pessoas a denunciarem Olarte, por serem vítimas dos crimes. Bernal revelou que viu um vídeo, onde Ronan e uma pessoa identificada por ele como Atanagildo, combinando o voto de 19 vereadores, para cassá-lo. Rose Modesto, Edil Albuquerque e o PTdoB seriam beneficiados com a cassação, relatou o prefeito em relação ao diálogo na gravação feita pelo agiota Salem Pereira Vieira.
Questionado sobre o motivo do seu afastamento em relação a Olarte logo depois que assumiram a prefeitura, Bernal disse que ocorreu porque ele percebeu a mudança de comportamento do vice e também pelas graves denúncias que passou a ter conhecimento. Revelou ainda que soube que Olarte estaria tendo reuniões com vereadores da oposição ao seu governo.
O prefeito finalizou o depoimento, que durou 45 minutos, apontando que confia na Justiça, no Poder Judiciário e que há provas contundentes para a prisão de Olarte, ainda pedindo a "prisão preventiva" do réu. “Ele está interferindo na instrução, nas investigações”, acusou.
Até o momento três pessoas prestaram depoimento ao TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), sendo todas testemunhas de acusação.
Julgamento - A sessão começou às 9h, presidida pelo desembargador Luiz Cláudio Bonassini. Olarte será julgado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O ex-prefeito foi afastado do cargo na Operação Coffee Break, no dia 25 de agosto passado, que apura a compra de vereadores para cassar o mandato de Bernal.