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Política

Um dia após Puccinelli, advogados presos em operação da PF são soltos

Nyelder Rodrigues | 16/11/2017 19:13
PF alega que advogados usaram instituto Ícone para crimes de corrupção com filho de ex-governador (Foto: Bruna Kaspary)
PF alega que advogados usaram instituto Ícone para crimes de corrupção com filho de ex-governador (Foto: Bruna Kaspary)

Durou apenas dois dias a prisão preventiva dos advogados Jodascil Gonçalves Lopes e João Paulo Calves, suspeitos de terem envolvimento em esquemas de corrupção com o filho do ex-governador André Puccinelli (PMDB), o também advogado André Puccinelli Junior, através do instituto de ensino jurídico Ícone.

O habeas corpus da dupla foi aceito nesta quinta-feira (16) pelo desembargador Paulo Fontes, o mesmo que libertou André e filho na tarde de quarta-feira (16). De acordo com a defesa dos advogados, os dois devem ser soltos ainda hoje.

"Basicamente os fundamentos desse habeas corpus foram os mesmos do que concedeu liberdade ao Puccinelli. Os fatos narrados, considerou o desembargador, são antigos e não justificam essa prisão preventiva, além de que não há nada concreto para demonstrar que eles estariam atrapalhando a investigação", explica o advogado da dupla, André Borges.

No momento, Borges já está no Presídio Militar, onde Jodascil e João Paulo estão presos, aguardando a chegada do oficial de Justiça com o documento de soltura dos dois - eles ficaram detidos no local, e não no Centro de Triagem, pois tem a prerrogativa de prisão especial por serem advogados. Puccinelli Junior abdicou do benefício para ficar ao lado do pai.

Três medidas cautelares foram impostas pelo magistrado à dupla. Uma delas é a entrega dos passaportes, no prazo de cinco dias. Outra medida é o comparecimento obrigatório, mensal, à Justiça Federal. A última delas é a proibição de sair de Campo Grande por mais de 15 dias sem autorização expressa do judiciário.

João Paulo Calves, em audiência antes de ser preso em operação da PF
João Paulo Calves, em audiência antes de ser preso em operação da PF
Jodascil Gonçalves, também em audiência (Fotos: Reprodução)
Jodascil Gonçalves, também em audiência (Fotos: Reprodução)

Papiros de Lama - Quinta fase da operação Lama Asfáltica, a Papiros de Lama foi deflagrada na terça-feira (14), batendo à porta logo cedo do ex-governador Puccinelli, de seu filho, e dos advogados Jodascil e João Paulo, além de André Cance, João Maurício Cance, João Amorim, João Baird, Mirched Jafar Júnior e Antonio Celso Cortez, levados em condução coercitiva.

A PF foi também às ruas de Campo Grande, Aquidauana, Nioaque e São Paulo (SP) vasculhar 24 endereços. Jodascil e Calves teriam envolvimento com Puccinelli Junior a partir do Instituto Ícone, de ensino jurídico.

Conforme a PF, a operação tem como alvo uma organização criminosa que teria causado pelo menos R$ 235 milhões em prejuízos aos cofres públicos. A soma de R$ 160 milhões em bens de investigados foram bloqueados. O ex-governador seria o beneficiário e garantidor do esquema de propina com a JBS, que teria repassado no mínimo R$ 20 milhões.

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