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Cidades

Depois de 40 horas de prisão, André Puccinelli e filho voltam para casa

Osvaldo Júnior e Geyse Garnes | 15/11/2017 16:15
André Puccinelli cumprimenta agente penitenciário na saída de prisão (Foto: André Bittar)
André Puccinelli cumprimenta agente penitenciário na saída de prisão (Foto: André Bittar)

Depois de aproximadamente 40 horas de prisão, o ex-governador André Puccinelli (PMDB) e o filho dele, André Puccinelli Júnior, deixaram o Centro de Triagem do Complexo Penitenciário de Campo Grande, no Jardim Noroeste. Os dois saíram do presídio em um Renault Duster por volta das 16h sem falar com a imprensa. De acordo com o advogado João Vicente Freitas Barros, pai e filho foram direto para casa para descansarem.

Para evitar a imprensa, o advogado entrou com o veículo na garagem do Centro de Triagem. De lá, já saiu com o ex-governador e o filho dele. Antes disso, Barros falou com a imprensa e informou que os seus clientes iriam para casa, por estarem muito cansados. Na saída do presídio, no trajeto para o carro, Puccinelli ainda cumprimentou um agente penitenciário.

Ele e o filho ficaram presos cerca de 20 horas no Centro de Triagem. No entanto, o tempo desde  condução de Puccinelli e Puccinelli Júnior pela Polícia Federal para realização de todo o trâmite para as prisões decorreram aproximadamente 40 horas. Eles foram conduzidos perto das 6h de ontem.

O alvará de soltura foi entregue no presídio por volta das 12h30. Só depois de três horas e meia, Puccinelli e Puccinelli Júnior foram liberados. Barros explicou que a demora decorreu de problemas no site da CNJ (Confederação Nacional de Justiça), necessário para realização de parte dos procedimentos de soltura. 

Barros explicou que a decisão do desembargador Paulo Fontes, expedida em curto intervalo de tempo, fundamentou-se em argumento de falta de contemporaneidade. Ou seja, as alegações usadas na prisão do ex-governador "seriam antigas".

Livres das prisões, André Puccinelli e André Puccinelli Júnior deverão cumprir medidas cautelares. Tiveram de entregar seus passaportes, não podem deixar Campo Grande por mais de 15 dias sem autorização judicial e devem se apresentar em juízo mensalmente. 

Parte dessas medidas já valiam para Puccinelli desde maio deste ano, quando, na 4ª fase da Lama Asfáltica, André Puccinelli chegou a usar tornozeleira para não ser preso e pagar fiança de R$ 1 milhão. Dessa vez, não há previsão de fiança.

A prisão - Puccinelli e o filho foram presos preventivamente, na terça-feira (14) na 5ª fase da Operação Lama Asfáltica, a Papiros de Lama, após delação premiada do pecuarista Ivanildo Miranda ao MPF. Ele afirma ter repassado R$ 20 milhões a André a título de propina da JBS. Revelou, ainda, um esquema de propina mensal que vigorou de 2006 a 2013, envolvendo frigoríficos e pelo menos sete empresas, que “esquentavam” notas.

Além de Puccinelli e do filho dele, também foram presos os advogados Jodascil Gonçalves Lopes e João Paulo Calves, ambos ligados ao Instituto Ícone, de ensino jurídico, e portanto, a Puccinelli Júnior. No caso deles, a prisão é temporária e vence sábado.

Conforme a Polícia Federal, a operação tem como alvo uma organização criminosa que teria causado pelo menos R$ 235 milhões em prejuízos aos cofres públicos. Bens das pessoas investigadas, que somam R$ 160 milhões, foram bloqueados.

André seria o beneficiário e garantidor do esquema de propina com a JBS, que teria repassado no mínimo R$ 20 milhões em apenas um ano.

 

 

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