Vereador cobra fiscalização contra receptação de fios de cobre
Parlamentares apontam haver regras municipais que deveriam coibir o crime
Vereadores debateram esta manhã os prejuízos causados com o furto de fios de cobre em Campo Grande e cobraram atuação da Administração Municipal, apontando haver lei e um decreto prevendo multas e até cassação de alvará. André Luís Soares, o "Prof. André" (Rede), revelou que empresas de telefonia e internet apontaram os prejuízos e aumento do delito no começo do ano e questionou a falta de repressão.
Conforme o vereador, a Oi informou que constatou aumento em janeiro, comparando a novembro e dezembro, mencionando o percentual de 60%, com 2 mil metros subtraídos. Já a Claro, segundo revelou, divulgou o volume de 3,7 mil metros de fios levado naquele mês. A empresa, segundo o vereador, chegou a investir R$ 750 mil para o monitoramento da rede.
O parlamentar apontou o envolvimento da Câmara no debate, com a realização de duas audiências públicas e questionou sobre resultados da atuação do Município a partir das regras mais duras. O tema é tratado no Código Penal, com penas de 3 a 8 anos, quando o delito envolve atividade empresarial.
No âmbito municipal, a lei prevê multa de até R$ 10 mil. Durante os debates sobre a lei, a informação divulgada foi que entre 2019 e 2023, o prejuízo chegou a R$ 1,6 milhão aos cofres públicos, com furto de fiação, material de semáforos e até tampas de PVs (postos de visitação) da rede de drenagem.
“Existe lei e decreto e a política de repressão infelizmente não acontece. O que está acontecendo, se há decreto e o número de furtos está aumentado exponencialmente”, questionou.
Drogas X cobre- O assunto ganhou evidência no começo deste mês, após o incêndio em uma subestação da Energisa. No local, foi encontrado um corpo carbonizado. A família do homem já havia procurado a Justiça para conseguir a internação compulsória e tratamento da dependência química.
André relacionou os dois assuntos: furto de fios por dependentes químicos para a venda do cobre e compra de drogas. O colega Epaminondas Vicente Silva Neto, o Papy, do Solidariedade, também apontou a relação e defendeu a oferta de tratamento a usuários.
Ele apontou que o cobre tem o preço valorizado, a R$ 35 o quilo, por isso o aumento dos furtos por usuários. Para o parlamentar, há “gente grande envolvida” na receptação, sendo o viciado em drogas “uma mula, é um operário”, mas não direcionou críticas ao poder público.
Ronilço Cruz, o "Guerreiro" (Podemos), também cobrou a fiscalização da receptação, cumprindo a previsão legal, e defendeu que o enfrentamento do tema exige “inteligência” do poder público, chegando a mencionar que em Recife (PE) passaram a utilizar as tampas de bocas de lobo fabricadas em resina para evitar furtos.
Outro que participou do debate foi Thiago Vargas, do PSD. Ele defendeu como solução o uso da violência contra usuários, como meio de obter confissões que indiquem os receptadores. Ainda apontou que os profissionais da segurança prendem os furtadores, mas que acabam voltando às ruas por culpa do Judiciário, que concede liberdade provisória.