Vereadores pedem “atestado de inocência” e Gaeco pode ouvir outros
A pedido da defesa, os três vereadores do PT do B - Otávio Trad, Eduardo Romero e Flávio César - ganharam “atestado de inocência” do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). A declaração, assinada pelo promotor Marcos Alex Vera de Oliveira, foi apresentada hoje pelo advogado Valdir Custódio da Silva. Ontem, os três vereadores prestaram depoimento. No entanto, se calaram sobre o teor das informações prestadas.
Segundo Custódio, o silêncio foi um pedido do promotor, pois as investigações correm sob segredo de Justiça. Hoje, o advogado encaminhou ofício ao Gaeco questionando se os vereadores eram “acusados, suspeitos ou investigados de práticas de quaisquer crimes?”. A resposta veio hoje mesmo.
“Declaro, ainda, que tais pessoas não figuram como investigadas no aludido procedimento, tendo colaborado com as investigações, respondendo a todas as perguntas que lhe foram feitas”, diz o promotor no documento.
Ontem, após o depoimento, Otávio Trad saiu sem falar com a imprensa, escondido no carro. A assessoria de imprensa do parlamentar informou que foi “atitude equivocada e impensada”. Ainda segundo a assessoria, ele viajou para a Argentina, onde vai pedir a namorada em noivado.
Eduardo Romero declarou hoje que confia no Ministério Público e que vai contribuir. Para Flávio César, a declaração do promotor “desmistifica isso tudo”. Ele reforça que não tem nada a temer, assim como os outros dois vereadores.
Mistério - Sob sigilo, a investigação que levou o Gaeco à casa do prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), está em curso desde 11 de abril. Oficialmente, só se sabe que se trata do procedimento 02/2014 e que a investigação foi autorizada pelo TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).
“Houve deslocamento da 1ª instância para o TJ. Uma das suposições é que a investigação possa girar em torno do chefe do Executivo”, afirma Valdir Custódio.
Para o advogado, há possibilidade de outros vereadores serem convocados a depor. O Gaeco também notificou o ex-assessor parlamentar Ismael Faustino, que trabalhava na Assembleia Legislativa, e o secretário de Governo, Rodrigo Pimentel.