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Política

Vereadores se dizem tranquilos em relação à Comissão de Ética

Antonio Marques | 08/09/2015 13:18
O vereador Edil Albuquerque disse estar tranquilo em ser ouvido pela Comissão de Ética, criada na Casa para apurar possível quebra de decoro parlamentar de 9 parlamentares investigados pelo MPE (Foto: Marcos Ermínio)
O vereador Edil Albuquerque disse estar tranquilo em ser ouvido pela Comissão de Ética, criada na Casa para apurar possível quebra de decoro parlamentar de 9 parlamentares investigados pelo MPE (Foto: Marcos Ermínio)

Pelo menos cinco vereadores ouvidos pelo Campo Grande News, dos nove que vão prestar depoimentos à Comissão de Ética sobre a apuração da conduta de quebra de decoro parlamentar, em razão serem investigados pelo MPE (Ministério Público Estadual) por compra de votos para caçar o mandato do prefeito Alcides Bernal (PP), em março de 2014, dizem estar tranquilos em prestar depoimentos. Eles podem perder o mandato se forem considerados culpados.

Os vereadores justificam que a Comissão de Ética vai possibilitar que todos sejam ouvidos e a população vai ter conhecimento pleno das acusações do MPE e de suas defesas. “É a oportunidade de o povo ouvir o outro lado. Agora vamos depor em público”, declarou o ex-líder do prefeito afastado Gilmar Olarte, Edil Albuquerque (PMDB).

Airton Saraiva (DEM) lembrou que a Câmara está cumprindo a determinação do MPE e defendeu a criação da Comissão de Ética, mesmo sendo um dos parlamentares que serão ouvidos pela mesma. “Estamos tranquilos para responder o que dissemos no Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). Vamos fazer todos os esclarecimentos e provar que não houve quebra de decoro”, afirmou Saraiva.

Para o vereador Waldecy Batista Nunes (PP), o Chocolate, é o momento de se defender e a população tomar conhecimento dos fatos sobre os quais eles estão sendo investigados. “Tenho consciência tranquila e já coloquei meu sigilo bancário à disposição da justiça e do Ministério Público”, comentou.

Outro que disse não temer qualquer investigação e revelou que, hoje mesmo levaria os dados bancários ao MPE, é o vereador Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão. Ele contou que durante sua oitiva no Gaeco foi questionado se conhecida João Amorim, João Baird e o Fábio Portela Machinsky, o Fabão. “Apenas conheci o João Amorim, por volta de 1995, mas nunca mantive contato com ele”, respondeu o vereador, acrescentando que se houvesse qualquer gravação dele com o João Amorim renunciaria o mandato imediatamente. Sobre os outros dois nomes, Carlão afirmou que os conheceu na sede do Ministério Público no dia em que esteve prestando depoimento.

O vereador Paulo Siufi (PMDB), que foi presidente da Câmara Municipal entre 2009 e 2012, defendeu que a Comissão de Ética deveria fazer parte das comissões permanentes da Casa por sua importância ao Legislativo, por ser a comissão responsável por julgar os excessos dos parlamentares. “Não fiz nada que desabone minha conduta enquando vereador e aqui vou poder abrir minha defesa”, declarou.

A partir da publicação da criação da Comissão de Ética no Diário Oficial de Campo Grande, que deve acontecer nesta quarta-feira, 9, os membros iniciam os trabalhos e vão começar a analisar os documentos enviados pelo Gaeco e marcar os depoimentos dos nove vereadores investigados: Mario Cesar (PMDB); Edil Albuquerque (PMDB); Airton Saraiva (DEM); Waldecy Batista Nunes (PP), o Chocolate; Gilmar da Cruz (PRB); Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão; Edson Shimabukuro (PTB); Paulo Siufi (PMDB) e Jamal Salem (PR). Ao todo, o Poder Legislativo municipal tem 29 vereadores.

A Comissão de Ética é formada pelos parlamentares João Rocha (PSDB) – presidente; Chiquinho Teles (PSD) – vice-presidente; os membros Vanderlei da Silva Matos, Vanderlei Cabeludo (PMDB); Airton Araújo (PT) e Herculano Borges (SD). O relator será escolhido após o início dos trabalhos, dependendo da quantidade de processos a serem abertos.

Sobre o fato de ter sido ouvido pelo Gaeco e compor a Comissão, Vanderlei Cabeludo disse não ver problema, pois foi chamado como testemunha no Ministério Público. “Fui convidado a depor como testemunha e isso nãoi vai prejudicar minha participação na Comissão de Ética”, justificou.

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