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Política

Com gentileza entre siglas, Câmara cria comissão para investigar 9 vereadores

Aline dos Santos e Antonio Marques | 08/09/2015 11:04
Flávio Cesar conversa com alvos da Operação Coffe Break, Edil (de pé) e Carlão (à direita) - (Foto: Marcos Ermínio)
Flávio Cesar conversa com alvos da Operação Coffe Break, Edil (de pé) e Carlão (à direita) - (Foto: Marcos Ermínio)

A Câmara Municipal criou a Comissão de Ética que pode resultar em perda de mandato para nove vereadores investigados na operação Coffee Break, que apura compra de voto dos parlamentares para cassação do prefeito de Campo Grande em março de 2014.

A decisão de instalar a comissão, que passará a ser permanente na Casa de Leis, foi anunciada hoje pelo presidente da Câmara, Flávio César (PTdoB), que assumiu o cargo após a Justiça afastar Mario Cesar (PMDB), num dos desdobramentos da operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), realizada em 25 de agosto.

Formada por cinco vereadores, a composição da comissão foi marcada por postura de gentileza entre os partidos. Dono da maior bancada, com seis vereadores, o PMDB tinha direito a duas vagas, mas cedeu uma para Herculano Borges (Solidariedade). A vaga do PMDB ficou com Vanderlei Cabeludo.

Com quatro vereadores, a bancada do PTdoB poderia indicar um integrante, mas preferiu abrir mão e repassar a vaga a João Rocha (PSDB). O PSD e o PT preferiram ocupar os quadro próprios, com as respectivas indicações de Chiquinho Telles e Ayrton Araújo.

A presidência ficou com João Rocha, enquanto o vice é Chiquinho Telles. A composição da cúpula da Comissão de Ética repete a composição da Comissão Processante, em que os vereadores fazem a mesma “dobradinha”. No caso da processante, o alvo é Gilmar Olarte (PP), que foi afastado da prefeitura pela Justiça na mesma operação do Gaeco.

A Comissão de Ética começa a trabalhar amanhã, quando a criação será oficializada no Diário Oficial de Campo Grande. Será avaliada a documentação do MPE (Ministério Público do Estado) e, provavelmente, solicitados dados ao TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

A última comissão similar foi criada em 2003 para apurar escândalo sexual envolvendo menores de idade e os então vereadores Robson Martins e César Disney.

“A comissão é estabelecida quando há necessidade na Casa. E há necessidade real de estabelecer a comissão diante dos fatos novos”, afirma o presidente da Câmara.

Presidente da comissão, João Rocha salienta que vai desenvolver a nova missão com transparência e segurança. Segundo ele, todos tem direito a se defender. Não há prazos definidos e as datas serão decididas de acordo com o ritmo de trabalho. Agora, a comissão será permanente na Casa de Leis.

Alvos – A Comissão de Ética vai apurar a conduta de nove vereadores, que podem perder o mandato. Os investigados são: Mario Cesar (PMDB); Edil Albuquerque (PMDB); Airton Saraiva (DEM); Waldecy Batista Nunes (PP), o Chocolate; Gilmar da Cruz (PRB); Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão; Edson Shimabukuro (PTB); Paulo Siufi (PMDB) e Jamal Salem (PR). Ao todo, o Poder Legislativo municipal tem 29 vereadores.

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