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Política

Vereadores se revoltam com notícia e Gaeco confirma pedidos de prisão

Edivaldo Bitencourt, Aline dos Santos e Antonio Marques | 29/09/2015 10:36
Promotor de Justiça Marcos Alex deixa sede do Gaeco (Foto: Marcos Ermínio)
Promotor de Justiça Marcos Alex deixa sede do Gaeco (Foto: Marcos Ermínio)

Clima tenso e de revolta marca a sessão da Câmara Municipal de Campo Grande, que começou, nesta terça-feira, sob o risco de ter 17 dos 29 vereadores afastados pelo TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) confirmou os pedidos de afastamento e de prisões, elevando a tensão sobre os desdobramentos da Operação Coffee Break, que investiga a compra de votos para cassar o mandato de Alcides Bernal (PP) em 2014.

Há pouco, o coordenador do Gaeco, Marcos Alex Veras, deixou o prédio do órgão no Parque dos Poderes, onde jornalistas aguardavam a chegada do prefeito afastado, Gilmar Olarte (PP). No entanto, ele não tem depoimento marcado para hoje.

A expectativa é de que o desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva se manifesta nas próximas horas sobre a ação, protocolada na semana passada na Justiça. A pedido do Gaeco, a Procuradoria Geral de Justiça solicitou a decretação da prisão de Olarte e do empresário João Alberto Krampe Amorim, dono da Proteco, e acusado de comandar a organização para fraudar licitações públicas e de coordenar o processo de cassação de Bernal.

O procurador-geral de Justiça, Humberto Brites, ainda pediu o afastamento dos vereadores Carla Stephanini, Edil Albuquerque, Vanderlei Cabeludo e Paulo Siufi, do PMDB; Edson Shimabukuro (PTB); Eduardo Romero, Otávio Trad e Flávio César, do PTdoB; Gilmar da Cruz (PRB), Delei Pinheiro, Chiquinho Telles e Ademar Vieira Júnior, o Coringa, do PSD; Airton Saraiva (DEM); Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB); Jamal Salem (PR), João Rocha (PSDB) e Waldecy Batista Nunes, o Chocolate (PP).

O presidente interino da Câmara, Flavio César, ficou indignado com o vazamento dos pedidos. Além de surpreso, ele contou que achou estranho o processo que tramita sob segredo de Justiça ser divulgado pela imprensa. “Estamos trabalhando normalmente”, ressaltou.

A mesma opinião tem o presidente da Comissão de Ética, João Rocha, que comanda a investigação de nove vereadores, mas também é citado no suposto esquema para comprar votos para cassar Bernal. “Recebi com muita estranheza, mas estou com a consciência tranqüila”, afirmou, na sessão desta terça-feira. Ele disse que a decisão cabe ao desembargador Luiz Cláudio Bonassini.

Dos 29 vereadores, 22 estão presentes na sessão da Câmara Municipal.

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