ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, QUINTA  21    CAMPO GRANDE 28º

Reportagens Especiais

Prisões, enchente e tribunal do crime são notícias que marcaram ano

Nas ruas, notícias são citadas como assuntos mais lembrados. Ano político foi destacado pelos leitores

Izabela Sanchez | 28/12/2018 08:16
Prisões, enchente e tribunal do crime são notícias que marcaram ano
Ex-governador André Puccinelli foi preso no dia 20 de julho (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Ex-governador André Puccinelli foi preso no dia 20 de julho (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

O ano de 2018 está indo embora e leva com ele 360 dias de muita turbulência, especialmente, no âmbito político. Carrega também o registro dos acontecimentos, as notícias, que ajudam a marcar o calendário e organizar os fatos do dia-a-dia. Nas ruas de Campo Grande, leitores lembram as notícias que mais marcaram o ano. Entre os assuntos, citam a prisão do ex-governador André Puccinelli (MDB), a chuva que arrasou Campo Grande no dia 3 de outubro e execuções das facções, o tribunal do crime.

O técnico de laboratório Luiz Donizete Marito, 57, não teve dúvidas na hora de lembrar da notícia mais significante do ano: a prisão de Puccinelli. “A boa notícia foi que prenderam André Puccinelli. Essa marcou, eu jamais achei que ninguém ia prender ele, e também foi o momento político”, destacou.

O ex-governador de Mato Grosso do Sul, e à época, pré-candidato ao governo estadual, André Puccinelli (MDB), foi preso no dia 20 de julho junto com o filho, o advogado André Puccinelli Junior. Os dois foram presos durante a operação Papiros de Lama, uma das fases da lama asfáltica, que investigou o uso do Instituto Ícone como suposto destino de recursos ilegais, provenientes de pagamentos de propina e desvios de verbas públicas, a serem entregues para Puccinelli.

Luis Donizete Marito (Foto: Henrique Kawaminami)
Luis Donizete Marito (Foto: Henrique Kawaminami)

Na tarde de quarta-feira (19), no entanto, decisão da ministra Laurita Vaz, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), concedeu liminar para Puccinelli e seu filho. Os dois ficaram cinco meses sob prisão preventiva, mas já estão em casa.

Márcio Saravi, 49, técnico, também lembra da prisão de Puccinelli como o fato mais marcante do ano. “Porque ninguém acreditava”, afirma. Para ele, as notícias que envolvem política foram as que mais se destacaram em 2018.

“No geral envolve a política, principalmente na eleição para presidente, que acreditaram que iria livrar da corrupção e está agora com a família toda envolvida em denúncias. A gente está com um cenário escuro, principalmente a gente dentro da Universidade”, declarou.

Via Parque registrou alagamentos e teve carros arrastados durante a chuva do dia 3 de outubro (Foto: Direto das Ruas)
Via Parque registrou alagamentos e teve carros arrastados durante a chuva do dia 3 de outubro (Foto: Direto das Ruas)

Uma chuva que assustou – No dia 3 de outubro, uma forte chuva atingiu a cidade, provocou quedas de cabos da rede elétrica, deixou pessoas ilhadas em veículos ou mesmo dentro de residências. Além disso, carros foram arrastados e todo o estrago mobilizou equipes de resgate na Capital.

A comerciante Marilene Trombini tem esse momento como o fato mais marcante do ano. “Assustou com certeza. Falta muita infraestrutura, a cidade foi se desenvolvendo sem infraestrutura. Chamou a atenção pela quantidade de água que caiu. Foi bem marcante”, comentou.

Além da chuva, as diversas operações policiais que ocorreram em 2018 também ocupam a memória da comerciante. “Foi bem marcante. As operações da polícia federal, André Puccinelli preso”, afirmou.

Para o professor Juliano Carvalho, 36, uma notícia mais recente vai ficar na memória: a votação da Câmara que aprovou reajuste de 47% nos salários dos vereadores. Juliano pontua que o aumento, que deixaria os vencimentos em R$ 22.102,49, chamou a atenção pelo “momento do País”. “Todo esse percentual e o apelo da população para não aumentar”, afirmou.

Para o técnico Leopoldo, notícias sobre o tribunal do crime foram as que mais marcaram (Foto: Henrique Kawaminami)
Para o técnico Leopoldo, notícias sobre o tribunal do crime foram as que mais marcaram (Foto: Henrique Kawaminami)

Leopoldo Albigese, 36, técnico, afirma que as notícias que envolvem crimes foram as que mais chamaram a atenção. Ele lembra, como exemplo, as que envolveram assassinatos do chamado “tribunal do crime” ligado a organizações como PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV Comando Vermelho.

No dia 5 de novembro policiais militares impediram, durante a madrugada, uma execução de adolescente de 17 anos pelo tribunal do crime. O adolescente seria membro do CV e os autores, do PCC. A ordem, segundo investigadores da 5ª DP (Delegacia de Polícia), teria saído de um presídio da Capital.

“Foram as execuções do PCC e Comando Vermelho. A gente não ouvia falar de tribunal do crime”, pontuou o técnico.

A doméstica Marinalva Rodrigues da Silva, 46, ficou marcada pelas notícias que denunciaram abusos sexuais de crianças. “Acho que é porque eu tenho bastante filho, a gente não pode nem deixar o filho na porta de casa”, comentou.

Já o militar José Marcos Rosário, 48, continuou, em 2018, impactado pelas notícias sobre os buracos espalhados em Campo Grande. “O que mais me marcou foi o povo reclamando dos buracos nas ruas. Já caí em alguns e pago IPVA caro”, comenta.

O artesão Luiz Carlos Garcia (Foto: Henrique Kawaminami)
O artesão Luiz Carlos Garcia (Foto: Henrique Kawaminami)

O artesão Luiz Carlos Garcia, 54, enumera uma série de notícias que o marcaram durante o ano. Para ele, ainda assim, o fato com mais destaque foi a decisão que inocentou o ex-senador Delcídio do Amaral (PT) da acusação de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

“Um político preso em flagrante é inocentado. Como é que foi preso em flagrante e depois recebe liberdade? É uma contradição”, comentou. “A vitória do Reinaldo também marcou, foi uma concorrência muito forte”, afirma. O artesão também lembra da notícia que contou sobre mudança de nome da guarda municipal, que agora se chama polícia municipal. “Contradiz tudo pelo qual ela foi criada”, afirma.

Nos siga no Google Notícias