Prisões, enchente e tribunal do crime são notícias que marcaram ano
Nas ruas, notícias são citadas como assuntos mais lembrados. Ano político foi destacado pelos leitores
O ano de 2018 está indo embora e leva com ele 360 dias de muita turbulência, especialmente, no âmbito político. Carrega também o registro dos acontecimentos, as notícias, que ajudam a marcar o calendário e organizar os fatos do dia-a-dia. Nas ruas de Campo Grande, leitores lembram as notícias que mais marcaram o ano. Entre os assuntos, citam a prisão do ex-governador André Puccinelli (MDB), a chuva que arrasou Campo Grande no dia 3 de outubro e execuções das facções, o tribunal do crime.
O técnico de laboratório Luiz Donizete Marito, 57, não teve dúvidas na hora de lembrar da notícia mais significante do ano: a prisão de Puccinelli. “A boa notícia foi que prenderam André Puccinelli. Essa marcou, eu jamais achei que ninguém ia prender ele, e também foi o momento político”, destacou.
O ex-governador de Mato Grosso do Sul, e à época, pré-candidato ao governo estadual, André Puccinelli (MDB), foi preso no dia 20 de julho junto com o filho, o advogado André Puccinelli Junior. Os dois foram presos durante a operação Papiros de Lama, uma das fases da lama asfáltica, que investigou o uso do Instituto Ícone como suposto destino de recursos ilegais, provenientes de pagamentos de propina e desvios de verbas públicas, a serem entregues para Puccinelli.
Na tarde de quarta-feira (19), no entanto, decisão da ministra Laurita Vaz, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), concedeu liminar para Puccinelli e seu filho. Os dois ficaram cinco meses sob prisão preventiva, mas já estão em casa.
Márcio Saravi, 49, técnico, também lembra da prisão de Puccinelli como o fato mais marcante do ano. “Porque ninguém acreditava”, afirma. Para ele, as notícias que envolvem política foram as que mais se destacaram em 2018.
“No geral envolve a política, principalmente na eleição para presidente, que acreditaram que iria livrar da corrupção e está agora com a família toda envolvida em denúncias. A gente está com um cenário escuro, principalmente a gente dentro da Universidade”, declarou.
Uma chuva que assustou – No dia 3 de outubro, uma forte chuva atingiu a cidade, provocou quedas de cabos da rede elétrica, deixou pessoas ilhadas em veículos ou mesmo dentro de residências. Além disso, carros foram arrastados e todo o estrago mobilizou equipes de resgate na Capital.
A comerciante Marilene Trombini tem esse momento como o fato mais marcante do ano. “Assustou com certeza. Falta muita infraestrutura, a cidade foi se desenvolvendo sem infraestrutura. Chamou a atenção pela quantidade de água que caiu. Foi bem marcante”, comentou.
Além da chuva, as diversas operações policiais que ocorreram em 2018 também ocupam a memória da comerciante. “Foi bem marcante. As operações da polícia federal, André Puccinelli preso”, afirmou.
Para o professor Juliano Carvalho, 36, uma notícia mais recente vai ficar na memória: a votação da Câmara que aprovou reajuste de 47% nos salários dos vereadores. Juliano pontua que o aumento, que deixaria os vencimentos em R$ 22.102,49, chamou a atenção pelo “momento do País”. “Todo esse percentual e o apelo da população para não aumentar”, afirmou.
Leopoldo Albigese, 36, técnico, afirma que as notícias que envolvem crimes foram as que mais chamaram a atenção. Ele lembra, como exemplo, as que envolveram assassinatos do chamado “tribunal do crime” ligado a organizações como PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV Comando Vermelho.
No dia 5 de novembro policiais militares impediram, durante a madrugada, uma execução de adolescente de 17 anos pelo tribunal do crime. O adolescente seria membro do CV e os autores, do PCC. A ordem, segundo investigadores da 5ª DP (Delegacia de Polícia), teria saído de um presídio da Capital.
“Foram as execuções do PCC e Comando Vermelho. A gente não ouvia falar de tribunal do crime”, pontuou o técnico.
A doméstica Marinalva Rodrigues da Silva, 46, ficou marcada pelas notícias que denunciaram abusos sexuais de crianças. “Acho que é porque eu tenho bastante filho, a gente não pode nem deixar o filho na porta de casa”, comentou.
Já o militar José Marcos Rosário, 48, continuou, em 2018, impactado pelas notícias sobre os buracos espalhados em Campo Grande. “O que mais me marcou foi o povo reclamando dos buracos nas ruas. Já caí em alguns e pago IPVA caro”, comenta.
O artesão Luiz Carlos Garcia, 54, enumera uma série de notícias que o marcaram durante o ano. Para ele, ainda assim, o fato com mais destaque foi a decisão que inocentou o ex-senador Delcídio do Amaral (PT) da acusação de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
“Um político preso em flagrante é inocentado. Como é que foi preso em flagrante e depois recebe liberdade? É uma contradição”, comentou. “A vitória do Reinaldo também marcou, foi uma concorrência muito forte”, afirma. O artesão também lembra da notícia que contou sobre mudança de nome da guarda municipal, que agora se chama polícia municipal. “Contradiz tudo pelo qual ela foi criada”, afirma.