Só R$ 1,00 cada: 2015 foi o ano em que a chipa virou pão francês
Seja no café da manhã ou lanche da tarde, a chipa fez sucesso no ano de 2015. O salgado de origem paraguaia tomou o lugar do pão francês, e se tornou ainda mais popular. Seja comercializada por R$ 1, R$ 0,89, ou até mesmo por R$ 3, quem apostou na venda desse produto se deu bem e garantiu bons resultados. O salgado foi tema de várias matérias de grande repercussão ao longo do ano, virou comentário no Facebook e rendeu muitas curtidas.
As histórias de quem escolheu o salgado como fonte de renda são as mais variadas possíveis. Há quem queira apenas complementar a renda, outros vendem como uma forma de marketing para atrair e levar os consumidores a comprarem outros produtos. E há aquelas pessoas que vivem apenas da renda que a venda da chipa proporciona.
Chipa a R$ 1 - Produto de fácil aceitação, se tornou uma alternativa para quem quer ganhar dinheiro. Nos bairros ou na região central de Campo Grande é possível encontrar uma chiparia ou um vendedor autônomo que venda o salgado por apenas uma moedinha.
Um dos primeiros vendedores da chipa à R$ 1, foi Edson Monte Serrate, 32 anos, proprietário da garaparia e chiparia "Parada Obrigatória", no bairro Tiradentes, um dos mais tradicionais pontos de vendas do salgado. Ele teve a ideia de vender chipa para recuperar as vendas do caldo de cana. Atualmente ele vende mais de 2 mil unidades da chipa.
Mas também tiveram os que quiseram incrementar o próprio negócio, este foi o caso de Vivian Maria Pedra, ela abriu uma churrascaria em uma das ruas mais caras de Campo Grande, a Euclides da Cunha e para aproveitar o espaço que sobrava, acabou abrindo uma chiparia. O empreendimento deu tão certo que ela vende mais de 5 mil unidades e ainda sonha em ver seu negócio virar uma franquia.
Concorrência - Com a moda da chipa a R$ 1, os comerciantes precisaram encontrar meios para driblar a concorrência e fidelizar os clientes. Com dois outros pontos de vendas do salgado próximos ao seu estabelecimento comercial, Roberto Haddad, proprietário da Frios e Cia, na Avenida Júlio de Castilho, decidiu se arriscar e criar a promoção da chipa à R$ 0,89.
Todas as quartas e quintas tem promoção de chipa a R$ 0,89, com isso ele vende em média 2 mil unidades do salgado. "Eu ganho no volume de vendas e me dá mais lucro. O que eu percebi é que quando vendemos na promoção as pessoas compram quantidades maiores, tem gente que pega sete, 20, 30 unidades de uma só vez", comemora.
Recheadas - Mas não foi só o preço que fez a diferença da chipa neste ano, devido a grande concorrência, há locais que se especializaram e inovaram com a iguaria nas versões recheadas com queijo cheddar, calabresa e até paçoca. Essa ideia foi de Danilo Pereira Barbosa, 23 anos.
O rapaz decidiu abrir o próprio negócio e apostar nas invenções de cozinha, depois de já ter trabalhado como administrador nas conveniências Salvador e Alemão, duas das mais tradicionais de Campo Grande.
A chipa passou a ser vendida também em Foods Trucks, os famosos carros de comida. Luiz Carlos Barbosa, 61 anos, apostou na ideia, e além da tradicional ele vende também a versão especial com cinco tipos de recheios: frango, presunto, cheddar, goiabada e catupiry.
Chipa do japonês - E quem pensa que japonês só entende de carne crua, se engana, Tamotsu Mori resolveu abrir a "Chiparia do Japa", bem no Centro de Campo Grande. Depois de ficar desempregado resolveu inovar.
O dono garante que o produto é de qualidade. “Japonês também sabe fazer chipa, não vou dizer que fica tão saborosa quanto as do que as inventaram. O que posso afirmar é que somos limpinhos e caprichosos”, assegura.
"Magnata da Chipa" - De origem paraguaia, Máximo Tama Aranda, de 50 anos, migrou para o ramo da chipa para para complementar a renda da família. Sua primeira lanchonete foi na Rua Barão do Rio Branco, próximo a Praça das Araras. "Como não tínhamos condições de fabricar e distribuir o produto para todo mundo, começamos a dar consultoria da receita, com cursos e indicando os fornecedores mais baratos”, conta.
Máximo mantém três lojas próprias, além de sociedades e algumas lanchonetes que apenas estampam o adesivo do empresário.“Foi uma forma de fortalecer a nossa marca. Agora abrimos também no interior, em Maracaju, Porto Murtinho, Corumbá, Ladário, São Gabriel do Oeste e estamos preparando uma em Dourados”, aponta.