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Reportagens Especiais

Só R$ 1,00 cada: 2015 foi o ano em que a chipa virou pão francês

Mariana Rodrigues | 29/12/2015 12:55
O ano de 2015 foi da chipa. (Foto: Fernando Antunes)
O ano de 2015 foi da chipa. (Foto: Fernando Antunes)

Seja no café da manhã ou lanche da tarde, a chipa fez sucesso no ano de 2015. O salgado de origem paraguaia tomou o lugar do pão francês, e se tornou ainda mais popular. Seja comercializada por R$ 1, R$ 0,89, ou até mesmo por R$ 3, quem apostou na venda desse produto se deu bem e garantiu bons resultados. O salgado foi tema de várias matérias de grande repercussão ao longo do ano, virou comentário no Facebook e rendeu muitas curtidas.

As histórias de quem escolheu o salgado como fonte de renda são as mais variadas possíveis. Há quem queira apenas complementar a renda, outros vendem como uma forma de marketing para atrair e levar os consumidores a comprarem outros produtos. E há aquelas pessoas que vivem apenas da renda que a venda da chipa proporciona.

Chipa a R$ 1 - Produto de fácil aceitação, se tornou uma alternativa para quem quer ganhar dinheiro. Nos bairros ou na região central de Campo Grande é possível encontrar uma chiparia ou um vendedor autônomo que venda o salgado por apenas uma moedinha.

Chiparia na Rua Euclides da Cunha. (Foto: Marcos Ermínio)
Chiparia na Rua Euclides da Cunha. (Foto: Marcos Ermínio)
Pessoas fazem fila para comprar chipa no bairro Tiradentes. (Foto: Vanessa Tamires)
Pessoas fazem fila para comprar chipa no bairro Tiradentes. (Foto: Vanessa Tamires)

Um dos primeiros vendedores da chipa à R$ 1, foi Edson Monte Serrate, 32 anos, proprietário da garaparia e chiparia "Parada Obrigatória", no bairro Tiradentes, um dos mais tradicionais pontos de vendas do salgado. Ele teve a ideia de vender chipa para recuperar as vendas do caldo de cana. Atualmente ele vende mais de 2 mil unidades da chipa.

Mas também tiveram os que quiseram incrementar o próprio negócio, este foi o caso de Vivian Maria Pedra, ela abriu uma churrascaria em uma das ruas mais caras de Campo Grande, a Euclides da Cunha e para aproveitar o espaço que sobrava, acabou abrindo uma chiparia. O empreendimento deu tão certo que ela vende mais de 5 mil unidades e ainda sonha em ver seu negócio virar uma franquia.

Na Avenida Júlio de Castilho, tem promoção de chipa à R$0,89. (Foto: Pedro Peralta)
Na Avenida Júlio de Castilho, tem promoção de chipa à R$0,89. (Foto: Pedro Peralta)

Concorrência - Com a moda da chipa a R$ 1, os comerciantes precisaram encontrar meios para driblar a concorrência e fidelizar os clientes. Com dois outros pontos de vendas do salgado próximos ao seu estabelecimento comercial, Roberto Haddad, proprietário da Frios e Cia, na Avenida Júlio de Castilho, decidiu se arriscar e criar a promoção da chipa à R$ 0,89.

Todas as quartas e quintas tem promoção de chipa a R$ 0,89, com isso ele vende em média 2 mil unidades do salgado. "Eu ganho no volume de vendas e me dá mais lucro. O que eu percebi é que quando vendemos na promoção as pessoas compram quantidades maiores, tem gente que pega sete, 20, 30 unidades de uma só vez", comemora.

As chipas recheadas também fizeram sucesso neste ano.(Foto: Fernando Antunes)
As chipas recheadas também fizeram sucesso neste ano.(Foto: Fernando Antunes)

Recheadas - Mas não foi só o preço que fez a diferença da chipa neste ano, devido a grande concorrência, há locais que se especializaram e inovaram com a iguaria nas versões recheadas com queijo cheddar, calabresa e até paçoca. Essa ideia foi de Danilo Pereira Barbosa, 23 anos.

O rapaz decidiu abrir o próprio negócio e apostar nas invenções de cozinha, depois de já ter trabalhado como administrador nas conveniências Salvador e Alemão, duas das mais tradicionais de Campo Grande.

A chipa passou a ser vendida também em Foods Trucks, os famosos carros de comida. Luiz Carlos Barbosa, 61 anos, apostou na ideia, e além da tradicional ele vende também a versão especial com cinco tipos de recheios: frango, presunto, cheddar, goiabada e catupiry.

Teve até japonês entrando na onda da chiparia. (Foto: Gerson Walber)
Teve até japonês entrando na onda da chiparia. (Foto: Gerson Walber)

Chipa do japonês - E quem pensa que japonês só entende de carne crua, se engana, Tamotsu Mori resolveu abrir a "Chiparia do Japa", bem no Centro de Campo Grande. Depois de ficar desempregado resolveu inovar.

O dono garante que o produto é de qualidade. “Japonês também sabe fazer chipa, não vou dizer que fica tão saborosa quanto as do que as inventaram. O que posso afirmar é que somos limpinhos e caprichosos”, assegura.

E aqueles que acertaram na venda que dão até consultoria. (Foto: Fernando Antunes)
E aqueles que acertaram na venda que dão até consultoria. (Foto: Fernando Antunes)

"Magnata da Chipa" - De origem paraguaia, Máximo Tama Aranda, de 50 anos, migrou para o ramo da chipa para para complementar a renda da família. Sua primeira lanchonete foi na Rua Barão do Rio Branco, próximo a Praça das Araras. "Como não tínhamos condições de fabricar e distribuir o produto para todo mundo, começamos a dar consultoria da receita, com cursos e indicando os fornecedores mais baratos”, conta.

Máximo mantém três lojas próprias, além de sociedades e algumas lanchonetes que apenas estampam o adesivo do empresário.“Foi uma forma de fortalecer a nossa marca. Agora abrimos também no interior, em Maracaju, Porto Murtinho, Corumbá, Ladário, São Gabriel do Oeste e estamos preparando uma em Dourados”, aponta.

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