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Lugares por Onde Ando

Roteiro com cinco destinos turísticos que valem a sua visita em Miranda

Com 241 anos, o município conhecido como Portal do Pantanal tem uma grande variedade de opções no turismo rural

Paulo Nonato de Souza | 04/06/2019 08:12
Em formato de pássaro, a Pousada Baiazinha está localizada às margens de uma baía permanente de águas claras na Fazenda Caiaman (Foto: Reprodução)
Em formato de pássaro, a Pousada Baiazinha está localizada às margens de uma baía permanente de águas claras na Fazenda Caiaman (Foto: Reprodução)

Se é integração com a vida no campo que você quer, então o município de Miranda, distante 207 km de Campo Grande com acesso pela rodovia BR-262, é o lugar que você procura. Com nome de rio, o Miranda, é uma das mais antigas localidades sul-mato-grossenses, fundada em 1778, e conhecida como Portal do Pantanal por ter parte da sua área urbana inserida em território pantaneiro.

Com 25 mil habitantes, Miranda tem no turismo rural uma de suas principais referências econômicas. No município há uma abundância de fazendas turísticas como opções na hora de fazer a sua escolha, como a Fazenda São Francisco e a Fazenda Caiaman, por exemplo, e todas abertas para visitação o ano inteiro.

São tantas ofertas que não deixam dúvida quanto ao predomínio do turismo rural, mas também há opções do que se ver na cidade, como o Centro Referencial da Cultura Terena, o Marco Histórico da Guerra do Paraguai, e as construções de arquitetura do início do Século 20, incluindo a Igreja Matriz Nossa Senhora do Carmo, inaugurada em 1931, e o prédio da Estação Ferroviária, de 1912.

Os pacotes normalmente incluem a gastronomia pantaneira, ou seja, a base de peixes da região (pintado, pacu e piraputanga) preparados com ingredientes locais. Mas não dúvida de que a carne bovina também estará no cardápio, afinal a pecuária é o forte da atividade rural no Pantanal.

Dicas importantes - Nos passeios, bom não esquecer de filtro solar, boné ou chapéu e repelente. Sobre o que usar, a dica é ir de calça jeans, camiseta ou blusa de tecido leve com calçado fechado, tênis ou botas. Outra recomendação dos guias no quesito indumentária sugere ao visitante evitar roupas de cores vibrantes (amarelo, azul ou laranja) para não espantar as aves.

Confira os lugares listados pelo canal de turismo Lugares Por Onde Ando, do Campo Grande News:

Passeio de chalana no Corixo São Domingos, um braço do Rio Miranda, para visualizar aves e mamíferos que vivem nas margens dos rios (Foto: Beth Coelho)
Passeio de chalana no Corixo São Domingos, um braço do Rio Miranda, para visualizar aves e mamíferos que vivem nas margens dos rios (Foto: Beth Coelho)

Fazenda São Francisco

É um dos destinos do turismo rural de Miranda mais procurados pelos turistas. A 36 km do centro da cidade com acesso rodoviário pela BR-262, a fazenda oferece diversas atividades aos turistas, como safári fotográfico em estradas em meio a mata nativa, focagem noturna de animais silvestres, passeio de chalana no Corixo São Domingos, um braço do Rio Miranda para contemplação de aves como o martim pescador, biguás, garças e gaviões, cavalgada, caminha em trilha e até churrasco pantaneiro.

No passeio de focagem noturna, que segundo os guias, é perfeito para quem gosta de emoções e aventuras, você pode ficar cara a cara com lobos-guará, jaguatiricas, antas, jacarés, capivaras e até onça pintada. A luz da lanterna focada no animal faz com que seus olhos brilhem no escuro.

A fazenda tem um trabalho de preservação ambiental batizado de Projeto Gadonça, criado com o objetivo de estudar a interação entre grandes predadores carnívoros e animais domésticos da região do Pantanal. Onças capturadas são equipadas com aparelhos radio-transmissores e soltas para o monitoramento de seu comportamento alimentar.

Refúgio Ecológico Caiman

Distante 31 km do centro de Miranda, a Fazenda Refúgio Ecológico Caiaman, de 53 mil hectares, atua nas áreas de pecuária extensiva de corte com ecoturismo e geração de conhecimento sobre o Pantanal.

Com guias especializados na fauna e flora pantaneira, proposta da propriedade é aliar conservação e progresso com respeito à natureza, respeitando as culturas, o ciclo natural do Pantanal e as tradições dos seus habitantes. Visitar a fazenda é uma maneira de ver se o que é proposta corresponde à realidade.

O acesso a partir de Campo Grande é pela rodovia BR-262. Chegando no trevo de Miranda, vire à direita em uma estrada asfaltada que leva ao distrito de Agachi, e 300 metros adiante vire à esquerda em uma estrada de terra que terá de percorrer até a fazenda. A propriedade dispõe de estrutura de hospedagem com duas pousadas, a Pousada Baiazinha e a Pousada Cordilheira.

Espetáculo da natureza, o encontro das águas dos rios Salobra e Miranda (Foto: Albuquerque Filho)
Espetáculo da natureza, o encontro das águas dos rios Salobra e Miranda (Foto: Albuquerque Filho)

Encontro dos rios Salobra e Miranda

Miranda também tem o seu encontro das águas. Não tem a mesma proporção do encontro das águas dos rios Negro e Solimões, em Manaus, no Estado do Amazonas, mas é igualmente interessante no seu vasto cenário de atrações do turismo rural.

O rio Salobra nasce na Serra da Bodoquena e faz um caminho sinuoso pela região, atravessando paredões de rocha que produzem mais de 40 cachoeiras, como a Boca da Onça, com 156 metros de altura, uma das mais altas do Brasil, se espraia na planície pantaneira e se encontra com o rio Aquidauana. Pela diferença nas cores das águas, a turva do rio Miranda e a cristalina do rio Salobra, o encontro vale a pena ver.

Prédio da Estação Ferroviária de Miranda, inaugurada em 31 de dezembro de 1912, uma atração para quem gosta de história (Foto: Fernando da Silva Rodrigues)
Prédio da Estação Ferroviária de Miranda, inaugurada em 31 de dezembro de 1912, uma atração para quem gosta de história (Foto: Fernando da Silva Rodrigues)

Estação Ferroviária:

Inaugurada em 31 de dezembro de 1912, a Estação Ferroviária de Miranda teve papel importante no transporte de passageiros e de mercadorias na ligação com Campo Grande, Corumbá e Bauru, no interior paulista até a sua privatização em 1996. Hoje se resume a um museu entre os atrativos turísticos urbanos.

Vale uma visita, especialmente se você gosta de história. Diante do prédio construído para embarque e desembarque de passageiros, no mínimo terá um belo cenário para refletir sobre danos e benefícios das privatizações no sistema ferroviário brasileiro não só para o turismo.

Ruínas da Usina Açucareira Santo Antônio, marco da época em que Miranda foi polo da produção de açucar (Foto: Reprodução)
Ruínas da Usina Açucareira Santo Antônio, marco da época em que Miranda foi polo da produção de açucar (Foto: Reprodução)

Usina Açucareira Santo Antônio

Na lista de prédios históricos de Miranda estão as ruinas da Usina Açucareira Santo Antônio. Fundada no dia 21 de julho de 1929, a empresa fez do município um polo açucareiro importante nesta parte do Brasil pelo menos até metade da década de 1930.

A Usina Açucareira Santo Antônio, ou simplesmente Usina Velha, como é conhecida, fica na Rua Tiradentes, S/N. Em agosto de 2007, as ruinas foram tombadas como patrimônio cultural brasileiro.

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