Veja 10 dicas para você curtir Corumbá e as belezas naturais do Pantanal
Distante 426 km de Campo Grande, a cidade tem mais a oferecer aos turistas além da fauna e da flora
Principal cidade do Pantanal de Mato Grosso do Sul, Corumbá é uma espécie de capital da região pantaneira. Não por acaso tem sua estrutura turística baseada nas belezas naturais e biodiversidade de fauna e flora da maior planície alagada do mundo com uma área total de 220 mil km² que abrange também o vizinho Mato Grosso, a Bolívia e o Paraguai.
Mas Corumbá não é só o Pantanal e a pesca no Rio Paraguai. A cidade fundada em 1778 foi cenário de disputas por território entre portugueses e espanhóis, importante polo comercial entre o final do Século 19 e início do Século 20, abriga diversas construções históricas e tem vida noturna de fazer inveja para Campo Grande, a maior cidade sul-mato-grossense, com muitos bares e restaurantes, a maioria na região central.
Assim, mesmo para o visitante que não é adepto do turismo da pesca nem é do tipo que curte se aventurar pela natureza selvagem do Pantanal, entre o amanhecer ao pôr do sul, há uma grande variedade de opções para curtir Corumbá, distante 426 km de Campo Grande e a 12,5 km de Puerto Quijarro, na Bolívia.
É só escolher entre visitar lugares que contam a história da cidade e do País, como o Casario do Porto, o Museu Histórico do Pantanal e duas fortalezas que foram fundamentais para a defesa do Brasil na Guerra do Paraguai e outras disputas territoriais da época, o Forte Coimbra e o Forte Junqueira, e até fazer compras no lado boliviano.
No entanto, se achar que não conhecer o Pantanal seria o mesmo que ir a Roma e não ver o Papa, são muitas as opções de passeios, desde safáris fotográficos, cavalgadas em fazendas pantaneiras, como a contemplação de animais silvestres na Estrada Parque, uma antiga trilha de 120 km de extensão, aberta no final do Século 19 pelo Marechal Cândido Mariano Rondon, que até 1986 foi o único acesso a Corumbá a partir de Miranda.
O canal de turismo Lugares Por Onde Ando, do Campo Grande News, listou 10 dicas para você conhecer e curtir não apenas as belezas naturais do Pantanal, mas também a cidade de Corumbá:
Casario do Porto
É um dos principais cartões postais de Mato Grosso do Sul com diversas construções que contam a história de Corumbá. O Casario fica na Rua Manoel Cavassa, no chamado centro histórico da cidade e mostra a arquitetura do período em que Corumbá era o terceiro maior porto fluvial da América Latina.
Foi tombado como Patrimônio Histórico Nacional em 1992. Os casarões que hoje são estabelecimentos comerciais, entre o final do Século 19 e Início do Século 20 eram residências de famílias ricas, empórios e agências bancarias.
Porto Geral
Inaugurado em 1853, o Porto Geral é outro importante cartão postal de Corumbá. É onde está o Casario do Porto e local de shows musicais, eventos sociais e turísticos, como a tradicional festa do Banho de São João, sempre na noite do dia 23 de junho.
Ainda hoje o Porto Geral de Corumbá é considerado o principal porto da região Centro-Oeste e um dos principais do Brasil. Se você programar um passeio de barco-hotel pelas águas do Rio Paraguai, com certeza será do porto que irá partir.
Museu de História do Pantanal
Inaugurado em agosto de 2008, o Muhpan (Museu de História do Pantanal) está localizado na Rua Manoel Cavassa, 275, na região do Porto Geral e do Casario. Abre de terça-feira a sexta-feira das 13h às 18, e aos sábados, das 13h às 17h.
Com um rico acervo sobre a região pantaneira, o Muhpan conta a história das primeiras ocupações humanas na região, há 6 mil anos, até a chegada dos imigrantes no Século 20. O museu fica num prédio construído em 1876, que na inauguração funcionou como armazém, depois virou agência do Banco do Brasil.
Escadinha da Quinze
Um dos principais caminhos de acesso entre a parte alta da cidade e o Porto Geral, a famosa Escadinha da Rua XV de Novembro, no cruzamento da Avenida General Rondon, é um marco importante e ponto turístico de Corumbá.
Construída em 1923, a Escadinha da Rua XV de Novembro tem 126 degraus e passou por obras de revitalização em 2012. A Escadinha da Quinze, como é conhecida, é um local privilegiado para contemplar uma vista inesquecível do Rio Paraguai e do Pantanal. Foi tombada pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), órgão responsável pela preservação do patrimônio material e imaterial do País.
Forte Junqueira
Construído em 1871, ano seguinte ao fim da Guerra do Paraguai, o Forte Junqueira é considerado ponto privilegiado para contemplar o Rio Paraguai e as belezas naturais do Pantanal. Está localizado na Rua Cáceres, na área do 17º Batalhão de Caçadores, e a visitação carece de autorização do Exército.
No local estão 12 canhões de 75 mm, todos fabricados na Inglaterra em 1872, e nunca foram usados. O Forte Junqueira se tornou Patrimônio Cultural Brasileiro em 2017, por decisão do Governo Federal ao acatar pleito defendido pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Funciona de segunda-feira à sábado das 9h às 17h.
Compras na Bolívia
Neste caso o destino é a cidade de Puerto Quijarro, mais precisamente a localidade de Puerto Aguirre, uma zona de livre comércio onde há uma grande variedade de produtos, mas nada comparado com a quantidade de lojas e variedade de produtos existentes em Pedro Juan Caballero, no Paraguai.
É um passeio curto, considerando a proximidade de 12,5 km em relação ao centro de Corumbá, que pode valer a pena até como oportunidade de conhecer o lado boliviano da fronteira. Além do mais, mesmo com o valor do dólar na casa dos R$ 4, a opção das compras sempre pode fazer parte da programação.
Estrada Parque Pantanal
Foi uma trilha aberta pelo Marechal Candido Mariano Rondon no final do Século 19, que até 1986, ano de inauguração da rodovia BR-262, era o único acesso a Corumbá depois do município de Miranda.
Construída sobre aterros de um a três metros de altura, como alternativa para garantir o tráfego no período das cheias do Pantanal, a estrada tem 120 km de extensão, incluindo travessia de balsa pelo Rio Paraguai e mais de 100 pontes de madeira. É onde você encontra o cenário ideal, uma espécie de zoológico aberto, para ficar próximo de jacarés, araras, tuiuiús, lagartos e até de onça. Mas, neste caso, se tiver sorte porque avistar onças é fato raro.
Forte de Coimbra
Localizado na margem direita do rio Paraguai, no distrito de Forte Coimbra, a 100 km da sede do município, o Forte de Coimbra é uma obra da engenharia militar portuguesa de 1775. Foi construído para defender o Brasil de invasões espanholas e teve participação importante como palco de batalhas na Guerra do Paraguai.
Conta a história que “o ataque paraguaio materializou-se em 27 de dezembro de 1864, quando 5 batalhões de Infantaria e dois regimentos de Cavalaria a Pé, num total de 3.200 homens, armados com 12 canhões, 1 bateria de 30 foguetes franceses de 24 mm, protegidos por 10 embarcações de guerra, sob o comando do coronel Vicente Barrios, intimaram o Forte de Coimbra a se render. Apesar do comando do forte ser do Capitão Benito de Faria, nele se encontrava em visita de inspeção naquele mês, o Tenente-Coronel Hermenegildo de Albuquerque Porto Carrero, comandante do Corpo de Artilharia de Mato Grosso, que assumiu a liderança em razão da grave ameaça….
A posição brasileira tinha 125 oficiais e soldados de Artilharia a Pé, reforçados por cerca de 30 Guardas Nacionais, alguns guardas de Alfândega, meia dúzia de prisioneiros e duas dezenas de índios. Os combates foram intensos durante dois dias. As esposas e familiares dos oficiais e praças prepararam cartuchos de pólvora, ataduras, e atenderam como possível os feridos. Sem recursos para resistir e distante de reforços, os brasileiros se renderam na noite de 28 para 29 de dezembro. O Forte de Coimbra permaneceu ocupado pelas forças paraguaias até abril de 1868, quando abandonaram o local conduzindo a sua artilharia e tudo o que nele existia”.
Portanto, se você gosta de história vale a pena visitar o Forte de Coimbra.
De barco no Rio Paraguai
Passear de barco nas águas do Rio Paraguai é uma boa maneira para curtir as paisagens naturais do Pantanal. Os passeios duram em média três horas e podem ser realizados em barcos pequenos, médios ou grandes, alguns oferecem até refeição incluída no preço.
Você pode organizar sua própria programação, apenas tenha o cuidado de contratar um barqueiro-guia experiente para não perder nenhuma chance de conhecer os animais que certamente encontrará pela frente. Se preferir, além das agências de turismo, vários hotéis oferecem pacotes com o passeio.
Serra do Amolar
O lugar é privilegiado para avistar animais, como ariranhas, antas, lontras capivaras e jacarés. Distante 270 km de Corumbá, a Serra do Amolar é uma espécie de corredor ecológico que abriga o Parque Nacional do Pantanal e três RPPNs (Reserva Particular do Patrimônio Natural.
A Serra do Amolar é uma cadeia de montanhas que se estende até a divisa com Mato Grosso. Ainda pouco explorada, seguramente está entre as mais belas paisagens do Pantanal, além da sua importância para a conservação da diversidade biológica.
A viagem de barco dura cerca de 8 horas, ida e volta. Você pode apenas observar a natureza, sem descer do seu barco, ou se aventurar em visitas às comunidades ribeirinhas, fotografar pássaros e mamíferos de perto, fazer trilhas e até se arriscar a ver uma onça de perto.
O Instituto Homem Pantaneiro, uma ONG com sede em Corumbá que atua na promoção do desenvolvimento e melhoria da qualidade ambiental no Pantanal, é uma boa dica para você tratar sobre esse passeio. Telefone (67) 3232 3303.