Transtorno de Personalidade Antissocial e Psicopatia qual a diferença?
A diferença está nos detalhes, detalhes esses que são bem sutis aos olhos da sociedade em geral. Vamos entender um pouco mais sobre os dois.
Transtorno de Personalidade Antissocial é uma doença que não tem cura mas tem tratamento com intuito de ajudar que o paciente tenha uma vida mais próxima ao normal e que consiga conviver em sociedade. A pessoa com este transtorno é uma pessoa impulsiva, muitas vezes violenta, irresponsável, não tem remorso pelas suas vítimas, com pouca ou nenhuma empatia, não obedece a normas e tem dificuldade em viver em sociedade. Essas características geralmente começam a aparecer ainda na infância geralmente antes dos 15 anos de idade, e podem ser genética com agravantes causados pelo ambiente em que a criança vive.
Os Psicopatas não são doentes, primeira e maior diferença é essa, a psicopatia não é doença, ele tem total conhecimento de tudo o que fazem, sabem o que é certo e o que é errado. Também não possuem empatia, mas no caso deles empatia por ninguém, os sentimentos que eles demostram são apenas reprodução do que viram na vida, na verdade não tem sentimento é apenas uma interpretação. Psicopatas normalmente não são impulsivos, geralmente eles pensam ou planejam antes de agir (podendo ser psicopata organizado ou desorganizado, mas para qualquer um desses uma organização básica existe), psicopatas geralmente tem um bom convívio social justamente para acobertar quem eles realmente são (principalmente Serial Killer psicopatas).
Como podemos distinguir um do outro?
Apenas profissionais da área podem atestar o diagnóstico correto, no caso de Transtorno de Personalidade Antissocial um psiquiatra ou psicólogo poderá atestar. No caso da psicopatia será necessário aplicação de um teste chamado PCL-R que ainda não é usado no Brasil, mas já é amplamente usado em outros países como Canadá, Alemanha, Estados Unidos. Ou seja ainda hoje no Brasil não podemos atestar que uma pessoa é psicopata mas podemos atestar o transtorno de personalidade antissocial.
Isso nos faz pensar em como é importante que seja feita uma reavaliação na Legislação Brasileira pois até hoje não abarca essa parte da sociedade que causa muitos danos (sejam físicos sejam financeiros) fora que a maior parte da população carcerária que reincide de forma permanente são psicopatas. Se demonstra cada vez mais urgente a necessidade de um entendimento maior e melhor sobre com quem estamos lidando, assim como a forma de tratamento que eles receberão, que com certeza não pode ser o mesmo dos presos comum que é o que ocorre hoje no Brasil.
“Ele vai te escolher, te desarmar com as suas palavras e te controlar com a sua presença. Vai se deleitar com a sua genialidade e os seus planos. E depois de acabar com você, vai te abandonar e levar com ele a sua inocência e o seu orgulho.” (Robert Hare).
(*) Raquel Barros Rodrigues Wiorek é advogada, pós-graduada em Perícias Forenses e autodidata no estudo da Psicopatia.