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Cidades

"Já vai tarde", diz sindicato que reúne 19 mil caminhoneiros sobre CCR

Empresa comunicou ao mercado a devolução amigável da concessão assinada em 2017

Marta Ferreira | 20/12/2019 14:50
"Já vai tarde", diz sindicato que reúne 19 mil caminhoneiros sobre CCR

“Já vai tarde”. A avaliação é do relações públicas do Sindicam (Sindicato dos Caminhoneiros de Mato Grosso do Sul), Roberto Sinai, ao comentar a decisão da CCR MS Via de devolver a concessão do trecho sul-mato-grossense da BR-163. A entidade representa 19 mil caminhoneiros que cruzam o estado todos os dias e tem a rodovia como uma artéria essencial para transporte de cargas.

De acordo com Roberto Sinai, a empresa venceu a concessão, o governo recebeu o dinheiro, mas ela não cumpriu o prometido e ainda vai ficar um tempo cobrando pedágio até ser concluída a devolução amigável, prevista no decreto de relicitação do governo federal, editado em agosto deste ano.

Em contato com o Ministério da Infraestrutura, a informação dada é de que ainda não houve notificação sobre a decisão da empresa e que os tramites da devolução serão definidos pela ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestres) seguindo as regras do decreto já citado.

Para o representante do Sindicato dos Motoristas, bom seria se a empresa “pegasse a sacola” e fosse embora logo. De acordo com ele, a CCR MS-Vias “fez o que quis” no Estado desde que assumiu a concessão e pouco está deixando.

Segundo ele, o serviço prestado é de “péssima qualidade”. Na avaliação dele, o pouco que foi feito de duplicação foi nas “cabeceiras” das 11 praças de pedágio. “Por sinal um dos mais caros do Brasil”, afirma.

Sinai diz que a decisão da concessionária, de devolver os serviços, não é surpresa. Segundo ele, a situação vinha sendo acompanhada e diversas sugestões para tentar forçar o cumprimento dos combinados foram feitas, sem êxito. Para ele, faltou o Poder Público ser mais rígido com a CCR- MS Via.

Comunicado - A empresa divulgou fato relevente ao mercado informando sobre a extinção amigável do contrato firmado com a União desde 2017. Na época, recebeu o direito de explorar a rodovia, com o compromisso de duplicação de 798 km de estrada que passa por 21 municípios de Mato Grosso do Sul.

A nota foi assinada pelo diretor de relações com investidores da CCRMSVia, ArthurPiotto Filho e informa que a “companhia manterá os seus acionistas e o mercado em geral devidamente informados a respeito de eventuais desdobramentos relacionados ao assunto”.

A empresa vem alegando há vários meses que sofre desequilíbrio financeiro, motivado pela queda do fluxo na rodovia como consequência da crise no País. O MPF (Ministério Público Federal) chegou a entrar na Justiça, conseguir a redução do valor do pedágio, que foi derrubada, e depois confirmada pela ANTT.

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