Alvo da Máfia do Cigarro que jogou fora R$ 121 mil é absolvido de lavagem
Ele está foragido de operação da PF de combate ao contrabando de cigarro
Alvo de operação contra a Máfia do Cigarro, Carlos Alexandre Gouveia, conhecido como Kandu, foi absolvido de crime de lavagem de dinheiro e condenado a sete meses por uso de documento falso. A denúncia do MPF (Ministério Público Federal) surgiu após flagrante em 2011, no município de Japorã, a 487 km de Campo Grande.
Ao avistar policiais do DOF (Departamento de Operações de Fronteira), Carlos Alexandre jogou fora um pacote com R$ 121.250. Na sequência, durante a abordagem, apresentou documento de identidade falso, que pertencia ao irmão de um dos passageiros da caminhonete Toyota Hilux onde viajava.
Ele ocultou o nome verdadeiro para escapar de mandado de prisão preventiva por contrabando. O caso foi registrado na PF (Polícia Federal) de Naviraí. De acordo com a denúncia, o MPF pediu condenação por lavagem de dinheiro (ocultar valores provenientes de infração penal) e falsa identidade.
A defesa do réu, por sua vez, apontou a insuficiência de provas do crime de lavagem de dinheiro. De acordo com o advogado José Augusto Marcondes de Moura Júnior, não houve comprovação da vinculação de Carlos Alexandre com o valor arremessado e em Japorã não há representação da Receita Federal para declarar valores.
"A realidade objetiva retratada nas provas colhidas não incrimina o réu com suficiência, e se não há provas atendíveis o Poder Público tem de reconhecer que não reuniu provas suficientes para condenar", afirma o advogado.
Titular da 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande, o juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira absolveu o réu da denúncia de lavagem de dinheiro.
“Este julgador entende que o transporte de dinheiro ocultado dentro de carro ou até mesmo a utilização de fundos falsos em residências pode configurar, conforme a hipótese, lavagem. Contudo, é uma suposição que precisa estar demonstrada por algo bastante mais sólido do que a mera vontade de não se exibir o que se tem, ainda que aquilo que se tenha seja criminoso”, informa o magistrado na decisão.
"Cria" – Os policiais relataram que avistaram o passageiro arremessando um invólucro e que a caminhonete estava retornando do Paraguai. Usando nome falso, o réu disse que iria adquirir mercadoria no País vizinho e foi alertado que a área estava suja, ou seja, com polícia.
Ele ainda questionou se os policiais conheciam o “finado Balan” e disse ser “cria dele”. Chefiada pela família Balan, organização criminosa conhecida como “A Firma” foi desmantelada em 2005.
Carlos Alexandre foi alvo da operação Nepsis, em que a Polícia Federal combateu contrabando de cigarros, mas está foragido.