Após conflito por terra, ministério envia Força Nacional para Dourados
Portaria autorizou emprego de reforço na região por 180 dias
O ministério da Justiça autorizou emprego da Força Nacional em Dourados e Caarapó, após pedido da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), para apoio à prevenção de conflitos por terra na região. O efetivo fica nos municípios sul-mato-grossenses por seis meses.
Assinada pelo ministro Sergio Moro, a portaria que autoriza o envio da Força Nacional ao Estado foi publicada na edição desta quinta-feira (16) do DOU (Diário Oficial da União).
No início do mês, indígenas guarani-kaiowá e seguranças particulares entraram em confronto em área de ocupação chamada Ñu Verá, próxima das aldeias Jaguapiru e Bororó. Três índios e um vigilante ficaram feridos. Criança de 12 anos perdeu os dedos após explosão acidental de granada idêntica à usada pela Polícia Militar. O conflito é investigado pela Polícia Federal.
Segundo portaria, a Força Nacional receberá apoio logístico da Sejusp. A permanência do efetivo pode ser prorrogada.
Caarapó - O despacho do ministério da Justiça ainda revogou portaria anterior, de 31 de dezembro de 2019, que prorrogava permanência da Força Nacional em Caarapó até 11 de fevereiro. Agora, a força de segurança fica no município até junho.
O emprego em Caarapó também é voltado a minimizar a tensão agrária. O esquema de segurança reforçado foi considerado necessário após divulgação de estudo de identificação e delimitação assinado pela então presidente Dilma Rousseff.
Em junho de 2016, indígenas da aldeia Tey Kuê decidiram entrar na Fazenda Yvu. Logo depois, em investida de cerca de 200 produtores rurais, funcionários das propriedades e seguranças, seis índios ficaram feridos e um morreu – o agente de saúde indígena Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza, de 26 anos.