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Cidades

Cocaína de ex-major passava por MS e chegava à Europa em contêineres

Sérgio Roberto de Carvalho comandava da Espanha sete núcleos do narcotráfico no Brasil, um deles em MS

Nyelder Rodrigues | 26/11/2020 20:12
Carvalho quando foi preso na Operação Las Vegas em 2009, em Corumbá (Foto: Diário Corumbaense/Arquivo)
Carvalho quando foi preso na Operação Las Vegas em 2009, em Corumbá (Foto: Diário Corumbaense/Arquivo)

Sofisticado. Assim pode ser definido o modus operandi da organização criminosa comandada pelo ex-major da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul), Sérgio Roberto de Carvalho, alvo da Operação Enterprise da PF (Polícia Federal), deflagrada nesta semana e que contou com ações não só no Brasil, mas também em outros países.

Um desses locais é a Espanha, onde Sérgio morava e comandava, mesmo à distância, sete núcleos de atuação no Brasil. Um deles era responsável pela passagem em Mato Grosso do Sul da cocaína que ele levava à Europa.

Segundo a investigação da PF, o núcleo que atuava em Mato Grosso do Sul também tinha ramificação no Mato Grosso e era responsável pela entrada da droga no Brasil e envio até para outros três núcleos, localizados no Paraná e em São Paulo.

Os criminosos do Paraná formavam dois grupos e eram os responsáveis por receber essas drogas e a colocarem em contêineres, muitas vezes sem os donos dos produtos levados ali legalmente saberem que o equipamento estava sendo usado irregularmente. Os contêineres eram embarcados em Paranaguá e desembarcados na Espanha.

Segundo reportagem do jornal Agora Litoral, Marcio Luiz Cristo, conhecido como Honda, e Luiz Carlos Bonzato Sgarioni, chamado de Luka, comandavam o primeiro núcleo paranaense, enquanto Jorge Santos Zela, o Zoio, comandava o segundo. Ao menos dois homicídios em 2018 e 2019 foram atribuídos a esse núcleo.

Eles respondiam à Sérgio de Carvalho mesmo à distância. Da Espanha, ele também liderava grupo sediado no interior paulista, em São José do Rio Preto, especializada na logística aérea da organização criminosa que movimentou bilhões de reais.

Já no Rio Grande do Norte, segundo a PF, havia mais dois núcleos, um deles responsável por embarcar a cocaína do ex-major da PMMS em embarcações pesqueiras que seguiam até o litoral espanhol, e outra que tinha como atribuição esconder as drogas em meio à frutas que fossem exportadas pelo Brasil.

A reportagem do Campo Grande News tentou em contato com a PF em Curitiba (PR) mais detalhes, porém, em retorno foi informado que os dados solicitados - tempo de permanência de Carvalho na Espanha, prisões realizadas em MS, entre outras - não poderiam ser informadas pois a investigação segue em curso.

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