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Cidades

Defesa diz que tenente-coronel combatia corrupção policial e provará inocência

Um dos alvos da quinta fase da Oiketicus, PM prestou depoimento no Gaeco esta tarde

Anahi Zurutuza e Geisy Garnes | 29/05/2020 15:25
Tiago Bunning Mendes, advogado de tenente-coronel, na saída do Gaeco (Foto: Geisy Garnes)
Tiago Bunning Mendes, advogado de tenente-coronel, na saída do Gaeco (Foto: Geisy Garnes)

Mais um dos oficiais a depor no Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), o tenente-coronel Jidevaldo de Souza Lima está tranquilo, certo de que provará nenhum envolvimento com a Máfia do Cigarros. É o que diz o advogado Tiago Bunning Mendes, que defende o militar preso desde o dia 15 de maio, quando foi alvo da Operação Avalanche, mais uma fase da Oiketicus.

Segundo o defensor, o nome de Souza Lima é o que menos aparece em meio às acusações contra coronéis. O envolvimento do oficial teria relação com a época que ele comandou Batalhão em Sidrolândia e como prova do “comportamento exemplar” do cliente, a defesa apresentará um ofício, datado de janeiro de 2018, em que o comandante pede a transferência de policiais suspeitos de facilitar a passagem de contrabandistas pelas estradas da região.

“A gente realmente acredita que existe alguém em Sidrolândia [envolvida com a Máfia dos Cigarros], interceptações [telefônicas] identificaram, mas essa pessoa não é ele. Ele atuou contra”, afirmou o advogado ao conversar com o Campo Grande News antes de acompanhar a oitiva do cliente.

O defensor disse ainda, ao deixar a sede do Gaeco, que o cliente “deu todos os esclarecimentos”. “Não há nenhuma acusação nova contra ele. Agora, vamos  passar às tentativas de revogar a prisão”.

Além de ser alvo da operação no dia 15, o tenente-coronel foi condenado em 2009 por três anos e dez meses de reclusão pelos crimes de peculato e prevaricação. A acusação era de que, quando atuava em Amambai, desviava combustível de viaturas para carros particulares.

Jidevaldo de Souza Lima estava na chefia da 4ª Seção do Estado-Maior, que coordena assuntos relativos à gestão e projetos e captação de recursos da PM, e foi exonerado do cargo no dia 18 de maio. Ele está preso no Presídio Militar Estadual, no Complexo Penal de Campo Grande e foi levado sob escolta para depor na tarde de hoje.

Tenente-coronel Souza Lima, quando ainda atuava em Sidrolândia (Foto: Noticidade)
Tenente-coronel Souza Lima, quando ainda atuava em Sidrolândia (Foto: Noticidade)

Fases - Na primeira fase da Oiketicus, realizada em 16 de maio de 2018, foram cumpridos 20 mandados de prisão preventiva contra policiais, sendo três oficiais, e 45 mandados de busca e apreensão. O saldo total foi de 21 prisões porque um sargento acabou preso em flagrante.

A ação foi em 16 localidades: Campo Grande, Dourados, Jardim, Bela Vista, Bonito, Naviraí, Maracaju, Três Lagoas, Brasilândia, Mundo Novo, Nova Andradina, Boqueirão (distrito), Japorã, Guia Lopes, Ponta Porã e Corumbá. Segundo a investigação, policiais recebiam de R$ 2 mil por mês a R$ 100 mil por mês para deixar cargas de cigarros contrabandeados transitarem livremente.

A segunda etapa aconteceu no dia 23 de maio de 2018, com mandado de busca e apreensão na casa e escritório de então servidor do TCE (Tribunal de Contas do Estado). A terceira fase foi em 13 de junho, quando mais oito policiais foram presos. No dia primeiro de novembro de 2018, a quarta etapa prendeu um tenente-coronel e um sargento.

A quinta fase chegou às mais altas patentes da PM e teve como alvos o coronel Kleber Haddad Lane, os tenentes-coronéis Carlos Lima, Josafá Pereira Dominoni, Erivaldo José Duarte Alves e Wesley Freire de Araújo, além de Souza Lima e do major Luiz César de Souza Herculano.

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