Em duas horas e meia, PF cumpriu mandados, mas sem prisões na Capital
Quadrilha na mira é uma das maiores em atuação no Brasil, especializada em envio de cocaína para Europa pelo mar
Em duas horas e meia de operação, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca em Campo Grande, mas ninguém foi preso. Até às 8h30, pelo menos cinco equipes havia chegado à Superintendência da PF na Capital, em veículos descaracterizados, carregando malotes com material apreendido.
Com apoio da Receita Federal e da Interpol, a PF deflagrou, nesta segunda-feira (23), a Operação Enterprise, a maior contra o narcotráfico em 2020, e uma das maiores da história.
São ao todo, 149 mandados de busca e 66 mandados de prisão nos estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Bahia e Pernambuco. As medidas foram expedidas pela 14ª Vara Federal de Curitiba.
A ação conseguiu ainda o sequestro de R$ 400 milhões em bens dos traficantes. São aeronaves, imóveis e veículos de luxo apreendidos, havendo a expectativa de que novos bens sejam identificados após o cumprimento dos mandados de busca e apreensão.
De acordo com a PF, o esquema utilizado pelos criminosos consistia na “lavagem de bens e ativos multimilionários no Brasil e no exterior, com uso de vários “laranjas” e empresas fictícias, a fim de dar aparência lícita ao lucro do tráfico”.
A organização criminosa na mira, ainda segundo a PF, é “uma das maiores em atuação no País”.
Por meio de nota, a corporação informou que a Operação Enterprise, “se destaca por ser a maior da história em apreensão de cocaína, pois durante a investigação foram anteriormente apreendidas 50 toneladas da droga nos portos do Brasil, da Europa e da África”.
De acordo com a PF, a ação dá sequência ao trabalho de "descapitalização patrimonial e prisão de lideranças" de quadrilhas de traficantes, contando com cooperação internacional para combater o narcotráfico – a Interpol foi acionada para a prisão de 8 investigados que estão no exterior, bem como a identificação e sequestro de bens em outros países.
Foram mobilizados 670 policiais federais e mais 30 servidores da Receita Federal para a força-tarefa nesta manhã.
Enterprise - De acordo coma Polícia Federal, "o nome da operação faz alusão à dimensão da organização criminosa investigada, que atua como um grande empreendimento internacional na lavagem de dinheiro e exportação de cocaína, o que trouxe alto grau de complexidade à investigação policial".
“A Operação Enterprise é a maior do ano no combate à lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e uma das maiores da história na apreensão de cocaína nos portos brasileiros, uma vez se tratar de uma organização criminosa especializada no envio de cocaína para a Europa”, completou a PF em nota.
Ainda não foram divulgados detalhes sobre o cumprimento de mandados em Mato Grosso do Sul.