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Cidades

Em sigilo, serial killer é denunciado por matar para roubar estudante de MS

MP do Paraná também vê indícios de crime de ódio e tentará punir José Tiago Correia Soroka por homofobia

Anahi Zurutuza | 15/07/2021 17:07
José Tiago, sendo preso em Curitiba após ficar quase um mês foragido (Foto: Reprodução)
José Tiago, sendo preso em Curitiba após ficar quase um mês foragido (Foto: Reprodução)

Em processo que tramita em segredo de Justiça no Paraná, José Tiago Correia Soroka, de 33 anos, foi denunciado pelo MPPR (Ministério Público do Paraná) por latrocínio – quando a violência aplicada para roubar resulta em morte– cometido contra o estudante sul-mato-grossense, Marcos Vinício Bozzana da Fonseca, de 25 anos. Se condenado, especificamente por vitimar o acadêmico de Medicina, o assassino em série pode pegar até 30 anos de prisão.

A denúncia, formulada pela 5ª Promotoria de Justiça de Prevenção e Persecução Criminal de Curitiba, também pede a responsabilização de José Tiago por homofobia. Para tal, o MP usa argumento jurídico, já validado no STF (Supremo Tribunal Federal), de que o ódio praticado contra gays equipara-se ao racismo – artigo 20 da Lei nº 7.716/89 – e pode ser punido com um a três anos de prisão.

Por enquanto, não há mais detalhes da denúncia, porque o processo tramita em sigilo, para preservar as vítimas. O Campo Grande News apurou, porém, que Soroka já responde judicialmente por outro assassinato praticado em Curitiba (PR) e uma tentativa de homicídio.

Marcos Vinício quando passou em vestibular para Medicina, há 5 anos (Foto: Reprodução das redes sociais)
Marcos Vinício quando passou em vestibular para Medicina, há 5 anos (Foto: Reprodução das redes sociais)

Assassinatos em série - O assassino confessou os crimes, ainda na fase de inquérito policial e negou que tenha sido motivado por ódio aos homossexuais, apesar de todos os ataques – os três no Paraná e um em Santa Catarina – terem sido praticados contra gays.

Para a polícia do Paraná, Soroka agia como um serial killer, um psicopata que mata por “gosto”. A investigação sobre a morte de Marcos Vinício foi conduzida pela DHPP (Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa) de Curitiba (PR).

O sul-mato-grossense morava sozinho em apartamento em Curitiba, para onde se mudou em 2017, quando começou a estudar Medicina na PUC (Pontifícia Universidade Católica). O jovem fez o Ensino Médio e 3 anos de cursinho em Campo Grande antes de passar em cinco vestibulares. Ele estava no último ano da graduação.

Marcos Vinício foi morto no dia 4 de maio. O corpo foi encontrado por volta das 16h do dia seguinte depois que familiares e amigos estranharam o sumiço do rapaz e chamaram a polícia. Conforme a investigação, a vítima foi asfixiada. Soroka usou um cobertor para sufocá-la.

O assassino fugiu levando notebook e celular do jovem. Pela câmera do condomínio onde universitário morava, no Bairro Portão, é possível ver que o suspeito sai tarde da noite, com uma mochila que parece cheia e uma sacola na mão. Ele pega um táxi.

O mesmo homem confessou ter matado, também na capital paranaense, o enfermeiro David Levisio em 27 de abril, e no interior em Abelardo da Luz (SC), em 16 de abril, o professor de geografia Robson Olivino Paim, de 36 anos. Uma quarta vítima sobreviveu ao ataque.

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