Falta de anestesista no interior faz bebê nascer em BR, rumo à Capital
Os pais, moradores de Ribas do Rio Pardo, reclamam também de longa espera por ambulância
Já mãe de dois filhos, a dona de casa Gisele de Souza Soares acabou ganhando o terceiro em um parto feito na BR-262, na noite de ontem (7). A gestação havia chegado ao nono mês no dia anterior.
Embora ela e o bebê passem bem agora, as horas anteriores ao nascimento foram um sufoco para a família. Gisele mora com o marido e pai da criança, Raphael de França, em Ribas do Rio Pardo. Chegou ao Hospital Municipal sentindo dor e teve que esperar mais de uma hora até conseguir ir de ambulância para Campo Grande.
Raphael relata que a transferência para a Capital foi solicitada porque não havia anestesista para participar do parto em Ribas do Rio Pardo. "Tem só um que vem de Campo Grande para cá na segunda, quarta e sexta-feira. Nos outros dias, não tem", diz.
O pior, segundo o pai, foi a espera de mais de uma hora para a ambulância chegar e sair do Hospital Municipal. "Ficaram enrolando muito para sair, esperando os funcionários chegarem das casas deles e irem até o hospital", disse.
A tensão começou no domingo (4), quando Gisele procurou o hospital por estar sentindo contrações. "Ela teve um sangramento e estava com dois dedos de dilatação. Falaram para voltar para casa. A médica explicou que não dava para fazer cesariana com laqueadura depois, como a gente queria, porque não era cirurgia de emergência e não tinha indicação", descreve ainda Raphael.
Justificativas - O Campo Grande News questionou a assessoria de imprensa da Prefeitura de Ribas do Rio Pardo, que é responsável pelo Hospital Municipal, sobre falta de anestesista e a demora para transferência. Em nota, esclareceu que o parto natural poderia ter sido realizado na instituição, mas que a paciente optou pela cesariana e laqueadura. Por isso, foi solicitada a transferência para Campo Grande.
Quanto ao tempo de espera para o transporte, justificou que foi necessário esperar a liberação de vaga no sistema regulador estadual. "A alegada demora é em decorrência do Complexo Regulador Estadual, cujo tempo é de responsabilidade do referido", disse.
Já em relação à falta de anestesista em quatro dias da semana no hospital, a prefeitura não se manifestou.
*Matéria editada às 11h32 para acrescentar nota da assessoria de imprensa da Prefeitura de Ribas do Rio Pardo.
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