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Cidades

Filha reconhece pertences do pai e encerra busca e dor que já duravam 6 meses

Aluísio Pereira da Cruz havia desaparecido no dia 5 de novembro e, hoje, ossada foi encontrada em matagal

Silvia Frias e Ana Beatriz Rodrigues | 27/04/2023 17:48
Apesar da tristeza, sentimento também é de alívio, diz Ivanir. (Foto: Juliano Almeida)
Apesar da tristeza, sentimento também é de alívio, diz Ivanir. (Foto: Juliano Almeida)

Com boné do Palmeiras e crucifixo de ouro dentro de invólucro da Polícia Civil nas mãos, a cuidadora de idosos Ivanir de Souza Pereira, 50 anos, encerrou uma busca que durou quase seis meses. Hoje, na 7ºDP (Delegacia de Polícia), reconheceu as peças que sobraram das vestes do pai, Aluísio Pereira da Cruz, que havia desaparecido em novembro do ano passado, aos 88 anos.

A ossada e parte da dentadura superior foram encontradas nesta tarde, em área de matagal no Bairro Portal do Panamá, na região do Jardim Panamá. Próximo, havia jaqueta vermelha suja de barro, o boné do Palmeiras e crucifixo. A descoberta foi feita por moradores da região.

Ivanir estava indo para o trabalho quando recebeu a ligação da polícia, informando que foi encontrada ossada e que poderia ser do idoso desaparecido. Hoje, a filha de Aluísio tinha saído com a camisa do Palmeiras, o time do coração do pai. “Resolvi colocar em homenagem a ele”, contou.

Acompanhada de outra familiar, foi até a 7ªDP. “Quando me mostraram o boné, não tive dúvidas”, contou. Ivanir pediu para levar os pertences do pai.

Nas mãos de Ivanir, o invólucro do Imol com o boné e a corrente do pai. (Foto: Juliano Almeida)
Nas mãos de Ivanir, o invólucro do Imol com o boné e a corrente do pai. (Foto: Juliano Almeida)

A certeza da família não encerra o caso. A Polícia Civil ainda irá realizar exame de DNA na ossada para atestar que pertence ao idoso. A burocracia, porém, é só detalhe para Ivanir. “Agora vamos poder descansar, tranquilizar minha mãe; é triste para a família, mas é alívio ao mesmo tempo”, avaliou Ivanir, emocionada.

A causa da morte também não foi atestada, mas acredita-se que tenha sido natural. No dia que desapareceu, 5 de novembro de 2022, Aluísio tinha acabado de tomar os remédios do tratamento de Alzheimer e Parkinson, e acredita-se que ele tenha saído a esmo na rua, desnorteado.

Aluísio desapareceu no dia 5 de novembro. (Foto/Arquivo)
Aluísio desapareceu no dia 5 de novembro. (Foto/Arquivo)

Ivanir também se recordou que choveu muito no dia seguinte e ele pode ter sofrido algum mal súbito.

Depois que o corpo for liberado, o sepultamento deve ser realizado no Cemitério Santo Amaro, ao lado do irmão. “Vou morrer de saudade do meu pai, mas sei onde ele estará e vou poder visitá-lo”.

Caso – Aluísio morava em casa com a esposa e outro filho, em frente do imóvel de Ivanir, no Jardim Panamá. Na noite de sábado, após tomar o seu remédio, Aluísio insistiu para assistir ao jogo de futebol antes de dormir e deitou no sofá. O filho saiu para comprar lanche e, quando voltou, não encontrou mais o pai.

Familiares, vizinhos e amigos fizeram buscas pelo bairro durante meses, mas sem encontrar nada.

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