Greve na Bolívia é suspensa, mas fronteira com MS continua fechada
Liberação do tráfego de veículos na fronteira depende de exigências feitas por brasileiros e bolivianos
Foi suspensa na manhã deste sábado (26), a greve para pressionar o governo federal da Bolívia a realizar o Censo Demográfico e Populacional. O anuncio foi feito pelo presidente da Comissão Cívica de Santa Cruz, Rómulo Calvo, mas alertou que a situação ainda é de emergência. A fronteira do país com Corumbá, cidade a 428 quilômetros de Campo Grande, permanece fechada.
“A partir deste momento fazemos um quarto intervalo, suspendemos a greve e os bloqueios sem suspender nossa luta. Continuamos em situação de emergência, saibamos administrar para o benefício de todos", afirmou Calvo.
Segundo o líder boliviano, na próxima semana os trabalhos para revisar o relacionamento entre Santa Cruz e o governo boliviano serão avaliados. A greve durou 36 dias e teve início no dia 22 de outubro pela realização do Censo em 2023. O Governo tentou algumas abordagens com os manifestantes e a instalação de uma mesa técnica na cidade de Trinidad, mas não houve acordos.
Sem acordo, o Governo então decidiu realizar o inquérito nacional só em 2024, mas prometeu entregar os resultados em setembro desse ano. Para Rómulo, a conquista é resultado da aprovação da Lei do Censo, pela Câmara dos Deputados.
A norma estabelece que com base nos resultados do recenseamento será feita a redistribuição de lugares para as eleições nacionais em 2025. Assim como, uma nova distribuição econômica será feita para as regiões.
Fronteira com Corumbá – Apesar da suspensão, a fronteira da Bolívia com Corumbá ainda não teve o tráfego de veículos liberados. A abertura depende de exigências tanto do lado boliviano quanto do brasileiro.
De acordo com o site Diário Corumbaense, caminhoneiros do Brasil querem ter certeza que todos os pontos de bloqueio acabaram, inclusive na Bioceânica que dá acesso a Santa Cruz e outras regiões e aguardam as deliberações dos comitês cívicos.
Já do lado boliviano, os manifestantes bolivianos querem que os três homens presos no conflito ocorrido no dia 21 de outubro, que acabou com o óbito de um servidor público da Prefeitura de Puerto Quijarro, sejam soltos.