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Cidades

Grupo prioritário, comunidades ribeirinhas estão sem vacinação em MS

Secretaria de Estado de Saúde enviou solicitação ao Ministério da Saúde, mas até o momento não houve retorno

Aletheya Alves | 06/04/2021 12:38
Julia Gonzales, moradora na Baía Negra, em Ladário, està à espera de vacina para preservar saúde e conseguir trabalhar sem risco. (Foto: Divulgação/ Comitiva Esperança)
Julia Gonzales, moradora na Baía Negra, em Ladário, està à espera de vacina para preservar saúde e conseguir trabalhar sem risco. (Foto: Divulgação/ Comitiva Esperança)

Mesmo integrando grupo prioritário no programa nacional de imunização, as comunidades ribeirinhas de Mato Grosso do Sul estão sem vacinação contra covid-19. Moradores precisam sair das comunidades e buscar imunização nas cidades mais próximas, conforme a vacinação por idade. São famílias que vivem, por exemplo, no meio do Pantanal, em áreas de difícil acesso.

Aos 63 anos, Júlia Gonzales, moradora à beira do Rio Paraguai, na região da Baía Negra, em Ladário, no Pantanal, vive a expectativa da imunização. Para ela, é chance de preservar a saúde e também de melhorar a renda, combalida pela pandemia.

"Faz mais um mês que eles disseram que iriam vir nos vacinar e até agora nada. Tem gente aqui com mais 70 anos que ainda não recebeu a primeira dose", conta.

"Fim de semana, os turistas vêm aqui passear, a gente queria poder vender nossos doces pra eles, mas não conseguimos porque está todo mundo com medo de pegar o vírus. Estamos sem renda, sem vacina, sem ajuda", resume.

Sem data - De acordo com a SES (Secretaria de Estado de Saúde), o Ministério de Saúde não enviou doses para as comunidades ribeirinhas até o momento. Segundo informado, foi feito pedido de doses para o grupo, a resposta foi a solicitação de quantidade necessária, mas ainda não houve retorno.

Nas redes sociais, o jornalista e diretor da ONG (Organização Não Governamental) Comitiva Esperança, João Mazini, relatou que muitos ribeirinhos sofrem com problemas de saúde como diabetes, pressão alta e doenças relacionadas à falta de saneamento básico. São comorbidades, lembra, que colocam essa população em risco para o agravamento do quadro em caso de infecção pelo novo coronavírus.

Outro ponto levantado por Mazini é que nem todos os moradores conseguem se deslocar até as cidades mais próximas. “Nem todo mundo tem dinheiro para pegar um barco e ir para a cidade se vacinar e isso não é recomendado. Imagina se no meio do caminho alguém se infecta, volta para a comunidade e passa o vírus adiante. A tragédia iria ser muito maior”.

Conforme o plano de vacinação nacional, as comunidades ribeirinhas são prioritárias ao lado da população indígena aldeada, profissionais da saúde, pessoas acima de 75 anos e pessoas com 60 anos ou mais institucionalizadas, como no caso de moradores de asilos.

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