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Cidades

MPMS insiste na prisão de Fahd por duplo homicídio em Bela Vista

Solicitação está para análise de magistrada responsável por processo

Marta Ferreira | 11/06/2021 18:29
Fahd Jamil, que foi solto esta semana após 51 dias preso. (Foto: Arquivo)
Fahd Jamil, que foi solto esta semana após 51 dias preso. (Foto: Arquivo)

Solto esta semana para cumprir em casa a prisão preventiva em processo derivado da operação Omertá, Fahd Jamil, 79 anos, enfrenta nova ameaça de decretação de restrição de liberdade. A promotoria em Bela Vista, cidade fronteiriça ao Paraguai, recorreu de decisão da Justiça em ação na qual o “Rei da Fronteira” é réu como mandante de duplo assassinato ocorrido cinco anos atrás, em abril de 2016.

Ao denunciar Fahd e mais três homens, dois deles desaparecidos, a promotoria pediu a prisão de todos. Quando analisou a peça, no mês passado, a juíza Jeane de Souza Barboza Ximenes Escobar entendeu não haver essa necessidade urgente.

Em recurso apresentado, que está para ser analisado, a representação do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) sustenta a necessidade da ordem de prisão para Fahd, Melcíades Aldana e Gabriel Rossi dos Santos, os acusados. Melcíades, funcionário da família Georges, está foragido e também é réu na Omertà.

O quarto réu, Oscar Ferrreira Leite Neto, o “Oscarzinho”, foi o primeiro a ser denunciado e tem prisão a cumprir, mas sumiu depois do crime. Um quinto envolvido, Guilherme Gonçalves Barcelos, morreu na prisão, vítima de suicídio como informado à época.

Vítimas - Os executados foram o servidor público Alberto Roberto Aparecido Nogueira, 55 anos, o "Betão", e o policial civil Anderson Celin, 36. Ambos foram encontrados carbonizados em uma camionete, no caminho para Caracol.

A investigação ganhou novos elementos após a deflagração da força-tarefa da Omertà, levando ao aditamento da denúncia.

Conforme apurado pelos investigadores, o crime foi encomendado por Fahd como vingança pela execução do filho dele, Daniel Alvarez Georges, que sumiu em 2011 e foi dado como morto em 2019.

Analisando todo contexto em que se deu o crime, chega-se à conclusão de que o delito foi planejado e preparado com muita antecedência, desde a falsa motivação, que atraiu as vítimas até esta fronteira,como ainda as próprias execuções, pois a vítimas andavam armadas e somente poderiam serem mortas à traição, sem que houvesse um confronto”, diz o texto.

Gabriel Rossi já se manifestou contra a solicitação, alegando que não oferece risco às apurações. Os outros envolvidos ainda não se pronunciaram.

Além dessa ação, Fahd Jamil é alvo de três processos, em Campo Grande, por chefiar organização criminosa.

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