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Cidades

No "Janeiro Roxo", hospital faz alerta para subnotificação da hanseníase

Em Mato Grosso do Sul, foram registrados 264 casos em 2021, mas acredita-se que há mais casos

Silvia Frias | 06/01/2023 11:26
O Hospital São Julião foi criado em 1941 para tratar doentes com hanseníase. (Foto/Divulgação)
O Hospital São Julião foi criado em 1941 para tratar doentes com hanseníase. (Foto/Divulgação)

O Ministério da Saúde realiza a campanha Janeiro Roxo no combate à hanseníase. Em Mato Grosso do Sul, o trabalho de divulgação de cuidados contra a doença conta com parceria das secretarias estaduais e municipais de Saúde e do Hospital São Julião, referência no tratamento.

No Estado, segundo a SBH (Sociedade Brasileira de Hansenologia), foram notificados 264 casos em 2021, índice menor por conta da pandemia da covid-19. Nos anos anteriores foram 493 casos em 2019 e 265 em 2020. O hansenólogo Augusto Brasil Filho, diretor técnico do Hospital São Julião, alerta que esses dados podem não espelhar a realidade: “Não há uma razão que justifique, em Mato Grosso do Sul, uma taxa de detecção menor que a dos estados de Mato Grosso e Goiás, que apresentam uma taxa superior à nossa”.

A SBH chama a atenção para uma provável endemia oculta. Estima-se um número três a cinco vezes maior de casos. Isso significa milhares de infectados sem tratamento, que transmitem o bacilo a outras pessoas e estão sujeitos a sequelas que poderiam ser evitadas.

A campanha concentrada em janeiro chama atenção que a hanseníase tem cura e tratamento gratuito, disponível no SUS (Sistema Único de Saúde). Neste mês, haverá divulgação de informações na TV e em rede de supermercados, que irá repassar dados nas rádios digitais. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) e SES (Secretaria Estadual de Saúde) farão busca ativa de novos casos.

“O hospital busca chegar ao maior número possível da população, para que as pessoas procurem o diagnóstico precoce”, explicou Brasil Filho.

História - O Hospital São Julião foi criado em 1941 como parte de um projeto que espalhou colônias pelo País para confinar os infectados, quando não havia cura. O surgimento da poliquimioterapia, na década de 1980, e o diagnóstico precoce contribuíram para a diminuição dos casos.

As colônias foram desativadas e, hoje, o São Julião é um hospital aberto a diversas especialidades, sem perder o foco na hanseníase, sendo referência em MS.

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