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Cidades

Preso por triplo homicídio faz silêncio na polícia e diz à juíza que foi coagido

Suspeito nega ter matado família de MS, mas não quis responder as perguntas de delegado

Anahi Zurutuza | 11/08/2021 16:17
Suspeito foi levado para delegacia para prestar esclarecimentos e de lá não saiu. (Foto: CBN Maringá/Reprodução)
Suspeito foi levado para delegacia para prestar esclarecimentos e de lá não saiu. (Foto: CBN Maringá/Reprodução)

Preso, suspeito de matar a mulher e os sogros em Umuarama (PR), o empresário Jean Michel de Souza, de 39 anos, preferiu o silêncio na maior parte do tempo em interrogatório na 7ª SDP (Subdivisão Policial) da cidade, e em juízo, na manhã desta quarta-feira (11), disse à juíza Silvane Cardoso Pinto, que sofreu coação na delegacia.

“Então, doutora, é que assim, eles forçavam, entendeu? Ficavam fazendo pressão, forçavam todo tempo, assim... Eu me propus a ajudar, esclarecer e tudo mais, porque é interesse meu e a todo tempo eles ficaram, assim... indagando e forçando, querendo já jogar que eu era culpado”, disse, conforme trecho da audiência de custódia divulgado pela TV RPC, afiliada da Rede Globo no Paraná.

Apesar da queixa, a magistrada entendeu a prisão em flagrante como legal e por manter o investigado na cadeia por tempo indeterminado (prisão preventiva). No interrogatório, também gravado, delegado pergunta se ele vai responder as perguntas, mas o suspeito diz que vai usar o direito de ficar calado.

Jean Michel era casado com Jaqueline Soares, de 32 anos, uma das vítimas do crime bárbaro, e apenas negou ser o assassino da mulher e dos pais dela, o empresário sul-mato-grossense Antônio Soares dos Santos, 65, e Helena Maria Marra dos Santos, 59.

Jean Michel e Jaqueline em foto postada por ele nas redes sociais. (Foto: Facebook/Reprodução)
Jean Michel e Jaqueline em foto postada por ele nas redes sociais. (Foto: Facebook/Reprodução)

Contradição e sangue - Ele se tornou o principal suspeito do crime, depois que investigadores souberam que o casal mais jovem não morava junto e que Michel “tinha problemas” com os sogros, além de ser pessoa agressiva, que faz tratamento psiquiátrico.

A polícia também estranhou o fato de o comerciante ter ido trabalhar normalmente, na segunda-feira (9) pela manhã, horas após o triplo homicídio. “Inicialmente, nós procuramos o suspeito, ele estava trabalhando. Já tinha conhecimento do crime e seguiu trabalhando normalmente. Isso também causou estranheza para a polícia”, disse o delegado Gabriel Menezes, responsável pela investigação, ao site Portal da Cidade.

Da direita para a esquerda, Antônio, Helena e Jaqueline, família com raízes em MS. (Foto: Facebook/Reprodução)
Da direita para a esquerda, Antônio, Helena e Jaqueline, família com raízes em MS. (Foto: Facebook/Reprodução)

Michel foi chamado a prestar esclarecimentos e entrou em contradição. Ele não sabia que a mãe dele já havia falado com a polícia. “Em conversa com o suspeito, nós identificamos uma divergência em sua narrativa. O horário em que ele alegava ter ido à residência das vítimas, não coincidia com as informações que tínhamos, confirmada pela própria mãe do suspeito”, completou o delegado.

Policiais foram, então, até a casa do suspeito e encontraram sangue na lavanderia, em um chinelo compatível com marcas encontradas em poça de sangue no local do crime, nas roupas e carro do suspeito.

Sepultamento – A família com raízes em Mato Grosso do Sul, que morava em Umuarama, foi sepultada nesta tarde, em Pires do Rio, a 150 quilômetro de Goiânia, em Goiás.

Amigos e familiares se despediram em cerimônia restrita por conta da pandemia. Nenhum parente quis dar entrevista, conforme registrou o site OBemdito, que fez a cobertura em parceria o Portal Piresino.

Família foi sepultada em Goiás. (Foto: OBemdito)
Família foi sepultada em Goiás. (Foto: OBemdito)

O crime – O casal e filha foram assassinados a facadas, no máximo, até às 22h de domingo, dia 8, conforme levantamento inicial da perícia.

Antônio e Helena foram atacados primeiro e cada um morreu com um golpe certeiro na região do pescoço, que atingiu artérias. Os corpos estavam na cozinha da casa.

Já Jaqueline foi encontrada dentro de uma banheira com uma facada no peito e outros ferimentos pelo corpo. Para a polícia, ela tentou se esconder do agressor.

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