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Cidades

Quadrilhas contratavam “olheiros freelancer” para escapar da fiscalização

Força-tarefa foi às ruas nesta manhã para cumprir 40 mandados de prisão e 33 de busca e apreensão

Anahi Zurutuza e Ronie Cruz | 08/08/2019 11:33
Delegado Fabrício Martins durante coletiva (Foto: Ronie Cruz)
Delegado Fabrício Martins durante coletiva (Foto: Ronie Cruz)

Em meio as centenas de investigados na Operação Teçá, contra contrabandistas de cigarros, estão três olheiros que ofereciam serviços “mais profissional” no que diz respeito a monitorar as ações da polícia nas rodovias. O trio atuava como freelancer para as quatro quadrilhas alvo da força-tarefa, segundo o delegado Fabrício Martins Rocha, da Deco (Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado).

O chefe da investigação não deu detalhes sobre como essas três pessoas conseguiram detalhes sobre a fiscalização, mas revelou em coletiva de imprensa que os olheiros “trabalhavam exclusivamente para avisar da polícia”.

Dos 40 mandados de prisão expedidos pela 1ª Vara Federal de Naviraí, 30 foram cumpridos. Além dos olheiros, um dos presos é o policial rodoviário federal, identificado como Wilson Luiz, que atuava no posto da PRF (Polícia Rodoviária Federal) de Rio Brilhante. Conforme a investigação, ele recebia propina para “deixar passar” cargas com cigarros contrabandeados.

Sob o comando da PF, também foram às ruas equipes do Exército para cumprir 33 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Norte.

No Estado, mandados eram para Eldorado, Mundo Novo, Japorã, Amambai, Iguatemi, São Gabriel do Oeste e Rio Brilhante. O restante para Maringá e Umuarama, no interior do Paraná, e em Mossoró (RN).

Dinheiro, carros, joias e munições foram apreendidos. Somente em um endereço policiais localizaram R$ 31 mil em dinheiro.

De acordo com a PF, o prejuízo para as organizações alvos da ação já soma R$ 144 milhões. No montante, estão inclusos além dos cigarros ilegais e outras mercadorias contrabandeadas, 155 veículos apreendidos.

A operação foi batizada de Teçá, que no idioma guarani significa “estado de atenção”, segundo a PF, por causa a rede de olheiros e batedores que as quadrilhas de cigarreiros utilizam para monitorar a polícia e fugir da fiscalização.

Carga de cigarros apreendida em março do ano passado (Foto: PF/Divulgação)
Carga de cigarros apreendida em março do ano passado (Foto: PF/Divulgação)
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