Roberto Gurgel vai comandar a Polícia Civil em MS
Nome foi confirmado pelo Governo do Estado; ele assume função depois do pedido de demissão de Adriano Garcia
O governo do Estado confirmou a nomeação do delegado Roberto Gurgel para o cargo de delegado-geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. Gurgel assume a função depois que ex-titular, Adriano Garcia Geraldo, envolvido em confusão no trânsito, pediu demissão.
Adriano Garcia havia entregado a carta de demissão na sexta-feira (18), alegando questões de “cunho pessoal e familiar” e que os motivos da decisão de caráter “irrevogável e irretratável” serão esclarecidos em “momento oportuno”.
Roberto Gurgel atuava como diretor da Academia de Polícia Civil do Mato Grosso do Sul (Acadepol/MS), nomeado pelo próprio Adriano Garcia, no dia 3 de março. Antes, estava no Departamento de Polícia Especializada.
O pedido de demissão de Garcia foi consequência direta da briga de trânsito ocorrida na noite de quarta-feira (16), na Avenida Mato Grosso, em Campo Grande. Na versão apresentada pelo delegado, ele teria sido fechado pela condutora de Renault Kwid, que passou a fazer manobras perigosas pela via.
O delegado diz que tentou abordá-la, mas a motorista tentou atropelá-lo e, por isso, Garcia atirou nos pneus do carro. A PM (Polícia Militar) foi acionada em seguida.
A jovem, artesã de 24 anos, diz que afogou o carro na via quando abriu o sinal e ouviu buzina do carro que estava logo atrás, conduzido pelo delegado-geral. Irritada, mostrou o dedo médio e diz que passou a ser perseguida por ele.
O caso está sendo investigado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e acompanhado pela Adepol (Associação dos Delegados de Polícia do Estado de MS) e OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil).
Antecedente - Em novembro de 2021, Adriano Garcia foi personagem de polêmica envolvendo uma subordinada, a delegada Daniella Kades de Oliveira Garcia, uma das integrantes da força-tarefa responsável pelas investigações contra grupo de extermínio suspeito de atuar em Mato Grosso do Sul por pelo menos uma década.
Depois de se recusar a citar nomes de investigados numa reunião realizada na DGPC (Delegacia-Geral de Polícia Civil de Mato Grosso do Sul), a delegada afirmou que “não confia na polícia”, se referindo à série de denúncias de corrupção dentro dos órgãos de segurança pública feita pela própria Operação Omertà.