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Cidades

Sem anestésicos, CCZ recebe só casos graves de animais com leishmaniose

Medicamento utilizado para eutanásia de animais doentes já foi licitado, mas ainda não distribuído

Natália Olliver | 19/02/2023 15:02
Fachada do Centro de Controle de Zoonoses, em Campo Grande (Foto: Divulgação/Prefeitura de Campo Grande)
Fachada do Centro de Controle de Zoonoses, em Campo Grande (Foto: Divulgação/Prefeitura de Campo Grande)

Há um mês sem os anestésicos necessários para realizar os atendimentos de animais com leishmaniose, que necessitam de eutanásia, o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) segue sem ter condições de atender cães e gatos que sofrem com essa doença. O problema preocupa, pois animais sem tratamento são vetores de transmissão.

A leishmaniose é transmitida pela picada do mosquito fêmea infectado. Entretanto, é importante salientar que a doença não é contagiosa nem se transmite diretamente de uma pessoa para outra, tampouco de um animal para outro. Mas, apesar de difícil, o contágio ainda existe.

Conforme o já publicado pelo Campo Grande News, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) afirmou que o centro conta somente com a “reserva técnica do anestésico utilizado para a eutanásia de animais, destinados apenas para o procedimentos específicos e terminais, como atropelados graves ou outras condições”.

Uma licitação para adquirir o medicamento, na forma de pó para solução injetável, foi feita. A empresa ganhadora foi a companhia Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos. O pedido é de 10.813 frascos, no valor de R$389.592,39. Ainda não há previsão exata de quando o medicamento será distribuído. A quantidade seria necessária para sustentar em até um ano os procedimentos de eutanásia no local.

A Sesau informou que o tempo de entrega é de 20 a 30 dias depois do processo ser finalizado. “Pode ser antecipado dependendo da urgência e do que é tratado diretamente com a empresa". A pasta ressaltou que o processo está a cargo da Secomp (Secretaria-Executiva de Compras Governamentais).

Falta do anestésico - Sem anestésico suficiente, o CCZ apenas atende os animais considerados terminais. Por isso, muitos donos de animais acabam saindo do local sem ter o que fazer. É o caso da Elaine, que não quis ter o sobrenome divulgado.

Ela levou o cachorro na unidade para que recebesse a eutanásia, mas devido ao estado dele não ser considerado terminal não pode receber. “Vamos ter que levar em alguma clínica particular, ele está muito doente, fico com muita dó”, disse.

Conforme apurou a reportagem, em uma clínica particular procurada, a eutanásia para animais até 10 kg sai por R$ 200,00.

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