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Cidades

Todo mundo esquece, mas celular pode ser vilão em pandemia

Orientação para higiene vale também para os aparelhos, que precisam ser limpos com álcool 70 ao menos 3 vezes no dia

Izabela Sanchez e Clayton Neves | 15/03/2020 14:19
A atendente Indianara, de 19, compartilha o celular e não higieniza o aparelho (Foto: Paulo Francis)
A atendente Indianara, de 19, compartilha o celular e não higieniza o aparelho (Foto: Paulo Francis)


Tem passado despercebido entre as pessoas uma superfície pequena, mas que pode ser o grande vilão do novo coronavírus: os celulares, smartphones e dispositivos similares. Constantemente nas mãos das pessoas, eles também precisam de higienização para prevenir surto da nova pandemia em Mato Grosso do Sul, mas acabam esquecidos na rotina de cuidados.

Infectologista da Santa Casa, Priscila Alexandrino disse que, em cenário ideal, é preciso limpar o aparelho com álcool 70 todo momento em que as pessoas puderem e lembrarem. Na impossibilidade, ao menos três vezes ao dia: de manhã, de tarde e de noite.

A vigilante de 50 anos Josinete de Almeida, 50, admitiu que não tem o cuidado e que apenas “limpa o celular na roupa quando a tela está embaçada e não consegue enxergar”. Ela não sabia ser necessário limpar os aparelhos ao menos três vezes por dia.

“Pode ser o certo, mas ninguém vai fazer”, disse ela, que declarou ser a única a utilizar o aparelho. “A gente está muito vulnerável por mais que digam para fazer a limpeza nos aparelhos, lavar as mãos, aqui não funciona, a gente não tem acesso toda hora a isso”, disse, ela, que estava na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino apoiada em um corrimão.


Celular na mão e sorriso no rosto na admissão de que não dá tempo de higienizar o celular (Foto: Paulo Francis)
Celular na mão e sorriso no rosto na admissão de que não dá tempo de higienizar o celular (Foto: Paulo Francis)


A vigilante reclamou do que chamou de especulação. “Absorver tudo é difícil”, comentou ela, preocupada com os filhos de 32 e 22 anos. “Um deles é barbeiro e tem contato com muita gente”, lamentou.

Funcionária de limpeza pública da concessionária Solurb, Nazilda Ferreira de Souza, 51, disse só limpar o aparelho no final de semana. Apesar de ter dito saber da importância da higiene, afirmou trabalhar o dia inteiro. “Como vou limpar três vezes ao dia se eu entro no serviço às 7h e só saio às 17h”.

“Tenho medo porque a gente não sabe com quem está, dá medo, uso ônibus, pego lotado, como vou saber”, disse ela.

A atendente Indianara Pâmera, 19, disse que além de não limpar o aparelho, ainda compartilha o celular com a cunhada e o marido. “Pra ser bem sincera nunca passo álcool gel. Tenho medo porque estou com dengue”, comentou enquanto aguardava atendimento na UPA Leblon.

“Ambiente da UPA é muito mais prejudicial por conta do ar, é mais propício”, emendou.

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Entenda mais – Já há dois casos confirmados da doença causa pelo novo coronavírus – o Sars-Cov-2 – chamada de Covid 2019, em Campo Grande, os dois únicos casos em Mato Grosso do Sul.

Trata-se da estudante de 23 anos que esteve no Rio de Janeiro e em Aeroportos e homem de 31 anos que viajou para Londres. O caso da estudante causa preocupação em quem esteve na boate da Valley na quarta-feira (11), durante festa de formatura da turma de medicina veterinária da UCDB, já que a estudante também participou da festa.

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) pede que as pessoas que estiveram na boate só procurem UBS (Unidade Básica de Saúde) se surgirem sintomas, mesmo leves. A orientação inclui higienização das mãos, distância, se possível, entre as pessoas, evitar aglomerações especialmente em locais fechados.

A orientação também é ir até UBS e não UPAS, quando os sintomas surgirem, porque as UPAS costumam ser mais lotadas, em especial de pacientes que apresentam complicações e podem ficar vulneráveis a doença causada pelo coronavírus.

Decreto deve ser publicado nesta segunda-feira (16) pela prefeitura de Campo Grande suspendendo as aulas na rede municipal por 15 dias. A medida vale a partir de quarta-feira (18)  e é efeito dos dois primeiros casos confirmados de coronavírus na Capital, divulgados ontem.

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