Trio alvo do Gaeco por "frete" de cocaína tem habeas corpus negado
Rodney Gonçalves Medina, Ademar Almeida Ribas e Adriano Diogo Veríssimo estão presos desde março
A Justiça negou pedido de habeas corpus em favor dos empresários Rodney Gonçalves Medina, Ademar Almeida Ribas e do motorista de caminhão Adriano Diogo Veríssimo. O trio teve a prisão preventiva arbitrada em março deste ano, pelo envolvimento no esquema de tráfico de cocaína que usou até policiais para “frete seguro”, conforme deflagrado na Operação Snow.
A decisão partiu do desembargador Luiz Claudio Bonassini da Silva na última quarta-feira (9), porém, o texto só foi divulgado na edição de hoje (14) do Diário da Justiça.
Na análise do pedido, o relator considerou que as prisões estão fundamentadas em indícios robustos de autoria e materialidade dos crimes, destacando a gravidade dos delitos e a possibilidade de reiteração criminosa. Bonassini enfatizou que, "[...] embora a defesa tenha argumentado sobre o tempo excessivo, a complexidade do caso, que envolve múltiplos réus e diversas investigações, justifica a continuidade da prisão preventiva".
No pedido de liberdade, os advogados de defesa do trio alegaram constrangimento ilegal devido ao excesso de prazo na instrução criminal, já que os réus permanecem encarcerados há 226 dias sem a realização da primeira audiência.
Conforme já noticiado, o caso envolve um total de 21 réus e foi instaurado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), que investiga uma rede de tráfico de drogas com ramificações em Campo Grande e Ponta Porã.
Por fim, o pedido de liminar foi indeferido, e o juiz determinou que a autoridade coatora apresente as informações necessárias em um prazo de 24 horas. A Procuradoria-Geral de Justiça também será notificada para emitir um parecer sobre o caso nos próximos dois dias.
O esquema - O tráfico de cocaína, entre Ponta Porã e Campo Grande, droga que era distribuída para o restante do país, contava com esquema sofisticado e bem estruturado. Além dos policiais civis, que levavam droga em viaturas oficiais e até faziam escoltas de caminhões com entorpecente, o grupo contava com empresários e até assassino.
É o que aponta a investigação do Gaeco, que contou com o auxílio da Corregedoria da Polícia Civil e da Polícia Rodoviária Federal. "[...] com uma rede sofisticada de distribuição, com vários integrantes, inclusive policiais cooptados, fazia o escoamento da droga, como regra cocaína, por meio de empresas de transporte, as quais eram utilizadas também para a lavagem de capitais, ocultando a real origem e destinação dos valores obtidos com o narcotráfico".
Para isso, a cocaína era escondida em carga lícita, ou seja, com documentações legais, o que dificultava a fiscalização policial nas rodovias "principalmente quando se tratava de material resfriado/congelado (carnes, aves etc.), já que o baú do caminhão frigorífico viajava lacrado".
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