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Capital

Quadrilha do “frete seguro” executou 3 integrantes

Cristian Ramires, Valdemar Kerkhoff Junior e Eder Kekhoff foram mortos entre outubro de 2022 e junho de 2023

Por Ana Paula Chuva | 16/04/2024 09:45
Cristian (esquerda), Valdemar (centro) e Eder (direita) executados pela organização criminosa (Foto: Reprodução)
Cristian (esquerda), Valdemar (centro) e Eder (direita) executados pela organização criminosa (Foto: Reprodução)

A quadrilha alvo da Operação Snow, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação de Repressão ao Crime Organizado) em março deste ano, executou ao menos três integrantes por acerto de contas ou queima de arquivo. Segundo a investigação, foram mortos Valdemar Kerkhoff Júnior, Eder Kerkhoff e Cristian Alcides Ramires Valiente.

O primeiro a ser executado foi Cristian, conhecido como “Galo”. O crime aconteceu no dia 22 de outubro de 2022, em uma conveniência do Bairro Guanandi. A vítima, dias antes, perdeu uma carga de 435 quilos de cocaína avaliada em R$ 10,8 milhões. Douglas de Oliveira Santander, o “Dodô”, foi preso.

Em depoimento na DHPP (Delegacia Especializada de Repressão ao Homicídio e Proteção à Pessoa), Douglas contou que Cristian atuava como intermediário no transporte dos entorpecentes e teria perdido carga de cocaína durante uma apreensão, por isso, teria sido executado.

No relato, Douglas afirmou que foi procurado por um amigo morador de Pedro Juan Caballero (PY), conhecido apenas como Junior, pedindo ajuda para arrumar um carro e caso ele encontrasse Cristian, era para avisá-lo que iria “pegá-lo”.

Dia 19 de outubro daquele ano, Douglas afirma que entrou em contato com Junior e avisou que havia comprado um Fiat Argo vermelho e no dia seguinte deixou o veículo para colocar insulfilm e outro rapaz, que ele não soube identificar, fez a retirada do carro.

Já no dia anterior ao crime, Douglas estava na conveniência com a vítima e recebeu a ligação de Junior perguntando se eles estavam juntos. Em seguida, um pistoleiro foi até o local e executou Cristian. Para o Gaeco, Junior é Valdemar Kerkhoff Junior, apontado como uma dos “cabeças” da organização criminosa que contava com policiais civis para o transporte seguro de cargas de cocaína.

Cadeiras com marcas de sangue na conveniência onde Cristian foi executado (Foto: Alex Machado | Arquivo)
Cadeiras com marcas de sangue na conveniência onde Cristian foi executado (Foto: Alex Machado | Arquivo)

Kerkhoff acabou sendo executado com tiros de pistola e fuzil em junho ao ano passado junto com seu irmão Eder Kerkhoff. O crime aconteceu quando os dois estavam no lava a jato o qual eram donos, localizado no Bairro Parque dos Ipês, em Ponta Porã, cidade a 313 quilômetros de Campo Grande.

A execução dos irmãos ainda está sem explicação. No entanto, a Operação Snow revelou que, dias antes dos assassinatos, Junior foi flagrado por câmeras de segurança descarregando cocaína de uma viatura da Polícia Civil, acompanhado dos investigadores Hugo César Benites e Anderson César dos Santos Gomes, ambos presos em 26 de março deste ano.

O carregamento de entorpecente saiu de Ponta Porã dentro do veículo oficial e foi deixado em uma casa alugada para eventos na Rua Retiro Novo, Jardim do Pênfigo, em Campo Grande. Valdemar serviu de batedor para a carga com mais de 300 quilos da droga e, durante a investigação, foram comprovados os contatos de Júnior com integrantes da organização criminosa.

Valdemar e Eder foram executados a tiros em junho de 2023 (Foto: Arquivo)
Valdemar e Eder foram executados a tiros em junho de 2023 (Foto: Arquivo)

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