Vaga em UTI e rastreio de infectado pesam mais para endurecer regras
Governo publicou fichas técnicas e pontuação de cada um dos dez critérios que definem a classificação de risco para covid-19
A taxa de ocupação de leitos para casos de covid-19 ou SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) tem maior peso para definir a classificação dos municípios dentro do Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança na Economia). As fichas técnicas dos indicadores do programa foram publicadas hoje (12) no Diário Oficial do Estado.
A iniciativa do governo estadual, elaborada com suporte da OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde), define cinco faixas de risco para pandemia de covid-19 com base em dez critérios analisados nos 79 municípios.
Hoje, Campo Grande, Aquidauana e Miranda estão sob bandeira preta, de risco extremo, com recomendação para manter abertos apenas serviços essenciais e, assim, frear a circulação de pessoas. A Capital contesta a classificação.
As faixas de risco são desenhadas a partir da soma da pontuação das cidades nos dez critérios. O número pode chegar até 100.
O indicador com maior peso mede o percentual de leitos públicos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para casos confirmados ou suspeitos de covid-19 na macrorregião de Saúde. Caso a taxa de ocupação não exceda 25%, o município recebe 20 pontos. Taxa superior a 75% não rende pontuação.
A capacidade das equipes municipais de Saúde de rastrear e monitorar pessoas que tiveram contato com casos confirmados de covid-19 rende até 15 pontos. Para chegar ao indicador, o programa elenca o percentual de casos novos cujas cadeias de contatos foram identificadas entre o total de casos na semana de análise. Cada ponto percentual é convertido em 0,15 ponto.
A redução da incidência de casos de SRAG, confirmados ou suspeitos de covid-19, em período de 14 dias pode garantir até 13 pontos para o município. O Prosseguir compara o número de novos casos em duas semanas com o mesmo número nos 14 dias imediatamente anteriores. Se há aumento, nenhum ponto é computado.
Queda no número de mortes confirmadas ou suspeitas de covid-19 no período de 14 dias credita 10 pontos à cidade.
Caso o Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública) tenha número de testes RT-PCR suficiente para a demanda de um município para os próximos 30 dias, mais 10 pontos são somados.
Se a incidência de casos de covid-19 na população indígena estiver em queda nos últimos 14 dias, mais 9 pontos estão assegurados. Municípios sem indígenas entre seus habitantes ganham 9 pontos automaticamente.
A redução, em duas semanas, nas notificações de novo coronavírus entre profissionais de Saúde gera 8 pontos. A disponibilidade de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) suficientes para a demanda dos hospitais no próximo mês rende até 6 pontos.
Fazer fronteira com país ou divisa com estado que registra aumento de casos faz com que determinada cidade fique sem 5 pontos.
O critério com menor peso é o que mede a necessidade de utilização dos leitos de retaguarda ou em expansão nos últimos sete dias. O município que não precisou recebe 4 pontos.
Atual - O comitê gestor do Prosseguir se reúne a cada duas semanas, período no qual são atualizadas as bandeiras de cada cidade.
Além dos três sob faixa preta, 35 municípios têm risco alto para covid-19, na zona vermelha, casos de Corumbá e Ponta Porã
Outros 39 estão sob bandeira laranja, de risco médio, como Dourados e Três Lagoas.
Apenas duas cidades - Inocência e Glória de Dourados - recebem bandeira amarela no momento, de risco tolerável.
Nenhum dos 79 municípios está na faixa verde, que classifica aqueles com baixo risco para o novo coronavírus.