Vagas sobrando em Dourados e fila de espera na Capital; Por que conta não fecha?
Na regulação do Estado, a Capital tinha 33 pacientes a espera, enquanto Dourados tinha 31 leitos disponíveis
Nos últimos dias Mato Grosso do Sul tem vagas de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) sobrando, mas ainda assim pacientes esperam na fila. Ontem Dourados anunciou que tinha 31 leitos disponíveis e um paciente na fila, além disso, no sistema de regulação desta quinta-feira (15), a Capital tem 33 pacientes a espera.
Por que a conta não fecha? Com essa pergunta, o Campo Grande News, procurou nesta manhã as secretarias estadual e municipal de Saúde, para entender como funciona a transferência de pacientes. De acordo com o sistema de solicitações do Estado, Campo Grande estaria a espera de 33 vagas, além de 1 da Capital. O Core (Complexo Regulador Estadual) somava quatro pacientes na fila.
No entanto o número de vagas disponíveis, além das 31 de Dourados, chega a 72 leitos em 13 cidades do Estado. Mas conforme explicou a SES (Secretaria Estadual de Saúde), há um tempo entre o pedido e a concessão da vaga, como foi o caso do paciente de Dourados que mesmo com leitos disponíveis apareceu no sistema de espera naquele momento.
Procurada pela reportagem, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), detalhou que nenhum dos pacientes esperando na Capital está com diagnosticado de covid-19.
"O sistema do Estado contabiliza todos pacientes sem quadro clínico especificado, somado aos números de espera por transferência de um hospital para outro. Dos 337 leitos de UTI contratualizados, 311 estão ocupados e 26 livres. Desde o início da pandemia, março de 2020, Campo Grande ampliou em mais de 200% o número de leitos de UTI, saindo de 116 para os atuais 337, assegurando à assistência necessária à população", disse em nota.
Mas, mesmo não sendo covid, se a Capital tem pacientes esperando e outras cidades têm vagas, por que não transferir?
A pasta ainda explicou, que os pacientes da fila estão aguardando por atendimento específicos que são feitos apenas na Capital, por isso enviá-los a outros municípios apenas para acomodá-los em um leito não faz sentido.
"Os hospitais de Campo Grande são referência. Então esses pacientes estão esperando procedimentos e tratamentos que são feitos apenas aqui. Nem todos os pacientes que estão nessa fila esperam por vaga em UTI de urgência e emergência. Então não há necessidade de encaminhar ele para fora da cidade, ele não está desassistido", completou a nota.