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Cidades

"É uma vergonha", diz dirigente de entidade sobre preço do combustível

Ricardo Campos Jr. | 22/05/2018 09:13
Bloqueio de caminhoneiros em rodovia de MS nesta terça (Foto: Setlog)
Bloqueio de caminhoneiros em rodovia de MS nesta terça (Foto: Setlog)

Continuar aceitando os sucessivos aumentos no preço dos combustíveis sem se manifestar seria uma vergonha aos brasileiros, na opinião do diretor-presidente do Setlog (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística), Cláudio Cavol. É por isso que a entidade apoia os protestos organizados por caminhoneiros em vários estados do país.

A PRF (Polícia Rodoviária Federal) informa que em Mato Grosso do Sul o tráfego de veículos de carga está impedido na BR-267 em Maracaju, BR-060 em Sidrolândia, BR-158 em Paranaíba e na BR-163 em Campo Grande, Rio Brilhante, Eldorado, Naviraí e Bandeirantes.

“O Governo Federal, na ânsia de capitalizar a Petrobras e trazer o balanço da estatal para o azul está impondo esses aumentos à população. O diesel mais caro do mundo é vendido pela Petrobras. Se formos ao Paraguai, que não tem nenhuma refinaria, esse combustível é R$ 0,90 mais barato por litro”, afirma Cavol.

Contudo, o diretor-presidente do Setlog repudia atos de violência como registrados em outros estados contra profissionais que não queriam participar do protesto.

“É muito importante que os caminhoneiros autônomos se conscientizem que tem que ser um movimento pacífico. Quem deseja passar, tem que ser liberado. Aqui em Mato Grosso do Sul isso não tem acontecido. Aqui é um trabalho de convencimento que está sendo feito”, disse Cavol.

Somente veículos com cargas não perecíveis participam do movimento (Foto: Marina Pacheco)
Somente veículos com cargas não perecíveis participam do movimento (Foto: Marina Pacheco)

A união neste momento é importante para que os resultados esperados sejam alcançados. “O Setlog, que representa os transportadores, apoia integralmente esse movimento. É uma questão de patriotismo estarmos junto com eles fazendo com que o governo reveja a política de preços desse produto que movimenta o país”, completa.

Paralisação - Foram registrados protestos semelhantes nesta manhã na Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

O ato começou a repercutir no estado no domingo, quando vários caminhoneiros decidiram não seguir viagem. Dezenas de veículos ficaram estacionados nos postos de gasolina na saída de Campo Grande. Ontem eles chegaram a colocar fogo em pneus para fechar as pistas.

Profissionais querem a redução da carga tributária sobre o diesel. Reivindicam a zeragem da alíquota de PIS/Pasep e Cofins e a isenção da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico).

Impostos representam quase a metade do valor do diesel na refinaria. A carga tributária menor daria fôlego ao setor, já que o diesel representa 42% do custo da atividade.

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