"Estamos de queixo caído", diz advogado sobre fim de reintegração
“A decisão demonstra um descompromisso com a solução do conflito”. A frase é de Newley Amarilla, advogado do fazendeiro Ricardo Bacha, se referindo à decisão da Justiça Federal que suspendeu a reintegração de posse na fazenda Buriti, em Sidrolândia.
A suspensão foi decidida pelo juiz da 1ª Vara Federal, Jânio Roberto dos Santos, depois de nova solicitação para impedir a retirada de família da etnia terena que tinham prazo até hoje para sair da área.
“Estamos de queixo caído. É estarrecedor receber do judiciário um tratamento de tal qualidade’, diz Newley, acrescentando que a decisão judicial que alega evitar conflito, ao contrário disso, conflita com uma decisão anterior, que dizia que era para ser feita a reintegração de posse.
A assessoria do Ministério da Justiça disse que houve acordo para suspender a reintegração por conta do clima tenso entre fazendeiros e índios. Conforme o órgão, o acerto foi mediado pela AGU (Advocacia Geral da União).
O advogado explica que a AGU apenas pediu a suspensão da multa e pediu a alteração no prazo da reintegração, mas a Justiça foi além. “Estamos decepcionados”, afirma.
Segundo Newley, o juiz extrapolou quando deu a decisão favorável aos índios, na opinião dele "infeliz". "Está terra já foi comprovada que não é área indígena”, finaliza. O advogado falou em nome do fazendeiro Ricardo Bacha que não quer comentar o assunto.
Os índios comemoraram a suspensão da decisão judicial e reforçaram que estavam dispostos a continuar na fazenda apesar do prazo para desocupação ter vencido na manhã de hoje.