“A vingança virá de Deus”, diz pai de menina morta pelo padrasto
A vida de Anderson de Giuli mudou às 18 horas de ontem (18), quando a notícia da morte da filha de 2 anos, que a polícia suspeita ter sido agredida e estuprada pelo padrasto, chegou até ele. A perplexidade da brutalidade do crime veio acompanhada da tristeza e do vazio.
“Não tem como acreditar, tem um buraco dentro de mim, há um vazio”, desabafa o pai que hoje se transformou em um homem chocado, triste e abalado.
Anderson viveu por quatro anos com a mãe da filha e a separação ocorreu antes de ela se envolver com Fernando Floriano Duarte, 33 anos. O pai afirma que não tinha contato com o padrasto da filha, a única relação era por telefone.
A pequena de 2 anos via o pai com frequência, nos últimos dias, inclusive, a criança deveria ficar com Anderson, mas a mãe pediu para que ele mudasse a data e pegasse a filha nos próximos dias.
Sentimento compreensível em momento de tragédias como essa, a vingança não faz parte dos pensamentos do pai que perdeu a filha. “A vingança vai vir de Deus”, completa o homem que relata ainda que soube de agressões que a ex-mulher sofreu, mas nunca desconfiou que a filha pudesse ser vítima.
Crime - Fernando foi preso logo depois do crime e, ouvido na delegacia, negou ter agredido ou estuprado a menina e o enteado de 6 anos, a criança também possui hematomas pelo corpo. Fernando disse que estava limpando o jardim da casa onde vivia com os enteados e a mulher, mãe das crianças, quando a menina de 2 anos chegou e atrapalhou. Ele contou à polícia que mandou a criança ir para dentro da casa, foi aí, segundo ele, que a menina teria tropeçado e batido a cabeça no sofá.
Essa é a justificativa do suspeito para o grande hematoma encontrado na parte de trás da cabeça da menina. No entanto, os levantamentos iniciais da perícia dão conta de que há vários hematomas nos braços da criança. O enteado de 6 anos contou aos policiais que também foi agredido com um soco na boca, mas o suspeito nega. Depois do crime, o homem trocou de roupa, saiu de casa foi até um bar beber e ainda raspou a cabeça.
O velório deve acontecer em Bandeirantes, distante 70 quilômetros da Capital. O caso foi repassado à DEPCA (Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente) ainda hoje e Fernando foi encaminhado para um presídio da Capital.