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Capital

"Bobagem", diz advogado de Name sobre plano contra delegado

Segundo ele, trata-se de estratégia do Gaeco para forçar a manutenção da prisão do cliente

Marta Ferreira | 02/10/2019 19:07
Equipes do Gaeco no condomínio onde mora Jamil Name, no dia da prisão, quando declarações ofensivas a desembargadores teriam sido feitas, conforme a unidade do Ministério Público)
Equipes do Gaeco no condomínio onde mora Jamil Name, no dia da prisão, quando declarações ofensivas a desembargadores teriam sido feitas, conforme a unidade do Ministério Público)

Responsável pela defesa dos empresários Jamil Name, 80 anos, Jamil Name Filho, 42, o criminalista Renê Siufi classificou como “bobagem” a informação relatada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) à Justiça, sobre a descoberta de plano de atentado contra o delegado de Policia Civil Fábio Peró, que estaria sendo articulado de dentro da cela 17, no Centro de Triagem do complexo penal da saída para Três Lagoas, em Campo Grande. Para o defensor, trata-se de estratégia para forçar a manutenção dos clientes presos.

De acordo com documento anexado pelo Gaeco à medida investigatória que pediu a autorização da Operação Omertà, o relato sobre o plano de atentado chegou até os promotores por meio “agência de inteligência”, que não foi explicitada. Indagado sobre isso, Siufi questionou: “ação de inteligência que ninguém tem acesso?”.

Embora tenha dito que não estava o tempo todo do lado de Jamil Name durante a prisão, o advogado também negou a declaração atribuída ao investigado, com ofensas a desembargadores de Mato Grosso do Sul. Conforme o Gaeco, o relatório da prisão informa que o “Velho”, como é chamado pelos outros integrantes da organização, chamou os magistrados de “desembargadores de merda” e ainda despediu-se da mulher com um “até amanhã”, indicativo, para os que ouviram a declaração, de confiança na soltura em menos de 24 horas.

“Eu não ouvi isso e não acho que ele diria”, afirmou o advogado.

Sobre o teor das investigações, que colocam Jamil Name e Jamilzinho como líderes de grupo de extermínio integrado majoritariamente por integrantes e ex-integrantes de forças de segurança, o criminalista afirmou que a relação da família com essas pessoas era apenas profissional. “Eles faziam bico. Que guarda [municipal] não faz bico?”, indagou.

Jamil Name, o filho e outras 18 pessoas estão presas desde sexta-feira (27), acusadas de integrar milícia armada responsável por pelo menos oito assassinatos em dez anos. No fim de semana, os pedidos de liminar para soltura foram negados pelo Tribunal de Justiça. Agora, os casos aguardam a apreciação da 2ª Câmara Criminal do TJ. A previsão para o julgamento, no caso de Jamil Name, é só daqui duas semanas.

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