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Capital

Jamil Name e flagrados com armas na Operação Omertà são ouvidos por juiz

Audiências de custódia transcorrem em sigilo e corredor de acesso à sala onde presos serão ouvidos foi fechado

Anahi Zurutuza e Aline dos Santos | 30/09/2019 09:31
Presos na operação chegando ao Centro de Triagem Anízio Lima, no Complexo Penal de Campo Grande, onde Jamil Name está preso (Foto: Paulo Francis/Arquivo)
Presos na operação chegando ao Centro de Triagem Anízio Lima, no Complexo Penal de Campo Grande, onde Jamil Name está preso (Foto: Paulo Francis/Arquivo)

Quatro alvos da Operação Omertà e o irmão de um quinto investigado, preso em flagrante com cocaína, passam por audiências de custódia nesta segunda-feira (30). Eles serão ouvidos por juiz David de Oliveira Gomes Filho –que é titular 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, mas cumpre plantão nesta manhã. O magistrado avaliará se houve alguma ilegalidade nas prisões.

Jamil Name, apontado em investigação da Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado) chefe de milícia especializada em execuções de inimigos, é um dos que passará por audiência. Além de investigado e por isso preso preventivamente, o empresário e pecuarista de 80 anos tem contra si prisão em flagrante por posse ilegal de arma e munições.

Na cômoda do quarto dele, durante buscas, equipe da operação encontrou carregador de pistola Glock municiado com 17 cartuchos. No haras de Name, foi encontrada espingarda calibre 12 e o pecuarista disse que “pode ter cedido” a arma a um funcionário.

No Fórum, o corredor que dá acesso à sala das oitivas foi fechado por servidor com uma corrente (Foto: Direto das Ruas)
No Fórum, o corredor que dá acesso à sala das oitivas foi fechado por servidor com uma corrente (Foto: Direto das Ruas)

“Blindados” – Frederico Maldonado Arruda, de 56 anos, Elton Pedro de Almeida, de 52, Luiz Fernando da Fonseca, 53, e Arthur Cunha D’alecio, 30, também estão entre os presos em flagrante pela Omertà. As audiências transcorrem em sigilo e no Fórum, o corredor que dá acesso à sala das oitivas foi fechado por servidor com uma corrente.

Frederico é policial civil, mas no guarda-roupa da casa onde ele estava na Vila Pioneira, na sexta-feira (27), equipe da operação encontrou 36 munições de calibre 9 mm e ainda calibre 38 sem registro. Ele disse que trabalha na polícia há mais de 16 anos e que a munição é antiga. O policial alegou ainda que não se recordava da origem das balas, mas que as usava para treino. O juiz David decidiu, contudo, converter o flagrante em prisão preventiva.

Elton Pedro de Almeida, de 52 anos, também alvo da força-tarefa, tinha em casa com arma calibre 22 e 10 munições do mesmo calibre. Ele informou à Justiça que é estudante e que trabalha no ramo de publicidade para o Pantanal Cap.

O treinador de cavalos Luiz Fernando da Fonseca, de 53 anos, é o terceiro investigado a passar por audiência hoje. Com ele, a Omertà encontrou arma calibre 38 com 5 munições intactas, 23 balas calibres 40, 38 e 22, além de estojo de munição calibre 38 deflagrado. Ele alegou que comprou a arma há mais de 10 anos e as munições de desconhecidos para defesa pessoal, mas também ficará preso por tempo indeterminado.

Cocaína - Arthur é irmão do guarda municipal Igor Cunha de Souza, preso na sexta na casa da Jamil Name quando fazia a segurança do local. O homem de 30 anos estava na casa do servidor, na Vila Glória, onde também foi cumprido mandado de busca e apreensão, e com ele foram encontrados 58 gramas de cocaína – eram 27 pinos e 33 papelotes – e uma balança de precisão.

Arthur diz ser usuário, mas teve a prisão em flagrante convertida em preventiva.

Entrada de viaturas no Fórum, onde acontecem as audiências de custódia (Foto: Marina Pacheco)
Entrada de viaturas no Fórum, onde acontecem as audiências de custódia (Foto: Marina Pacheco)

A operação – Na sexta-feira, Garras, Gaeco, Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e Batalhão de Choque foram às ruas 23 prisões, sendo 13 preventiva e 10 temporárias (prazo de 30 dias), além de 21 mandados de busca e apreensão.

As ações terminaram com 19 pessoas presas e a apreensão de computadores e R$ 160 mil em dinheiro, cheques em nome de terceiros, armas dos calibres 38, 22 e 12, munições, aparelhos celulares, inclusive os conhecidos como “bombinhas”, que são descartados após o uso.

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