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Capital

“Não existe justiça”, diz mãe de Brunão após réu ser solto pelo STF

O crime aconteceu dia 19 de março de 2011, quando a vítima tentou tirar o autor do crime de casa noturna após uma briga generalizada

Geisy Garnes | 13/08/2018 14:57
Cristhiano Luna de Almeida foi condenado em 24 de novembro do ano passado (Foto: (Foto: Kleber Clajus)
Cristhiano Luna de Almeida foi condenado em 24 de novembro do ano passado (Foto: (Foto: Kleber Clajus)

Com "indignação, revolta e sentimento de impunidade", a família de Jéferson Bruno Escobar, o Brunão, recebeu a notícia da liberdade de Cristhiano Luna de Almeida, 31 anos. Desde sexta-feira (10), o confeiteiro aguarda em casa a decisão sobre o anulamento do tribunal que o condenou a 17 anos de prisão pela morte do segurança.

Foram seis anos até que Edicelma Gomes Vieira visse o assassino no filho condenado. Brunão, foi morto em março de 2011, ao tentar tirar Cristhiano Luna de dentro da casa noturna em que trabalhava após uma briga generalizada. Mas foi só em novembro do ano passado que o autor do crime passou por júri popular.

Menos de um ano da decisão, ele foi posto em liberdade por ordem de uma liminar, que permite a liberdade do réu até que o pedido da defesa para a anulação do julgamento seja decidida. “Estou indignada, revoltada. Foram seis anos de esperada para acontecer isso. O sentimento é de impunidade, cadê essa justiça? Não existe justiça.” disse Edicelma. “Eu nem dormi direito”.

Abalada, a mãe de Brunão afirma que com a liberdade de Luna, a sensação que fica é a de que o júri será anulado e toda a luta da família até então não será levada em consideração. “Vai acontecer, vai conseguir, porque tem dinheiro, e isso faz diferença sim, nunca vi isso acontecer, com pobre não. Ele não aceito o que ele fez, que tirou a vida do meu. Meu filho sim foi condenado, com a morte”, lamentou.

Antes de ir a júri popular, Luna aguardava o veredito em liberdade, mas voltou a ser preso em 30 junho de 2017, depois de ser flagrado em um bar do Shopping Campo Grande, descumprindo assim uma das medidas impostas pela Justiça a ele, de não sair à noite, nem beber.

Com a sentença, Chisthiano foi condenado a mais de 17 anos em regime fechado, mas a defesa recorreu e a pena foi reduzida para 14 anos, 11 meses e 15 dias de prisão por homicídio duplamente qualificado. A defesa alegou ainda irregularidades no processo, entrou com Habeas Corpus e no dia 22 de junho pediu anulação do júri.

No dia 2 de agosto, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello, assinou a ordem para que o réu deixasse a prisão. O Habeas Corpus ainda será julgado pelo STF, já que decisão pela liberdade foi monocrática, ou seja, concedida por apenas um ministro.

Segundo Edicelma, a família vai recorrer da decisão e fará tudo o possível para que Luna cumpra a pena pela qual foi condenada. Entanto isso, Cristhiano deverá cumprir algumas decisões para que permaneça em liberdade, como comparecer ao fórum sempre que for intimado, avisar caso mude de endereço ou resolva viajar.

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