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Capital

"Parece que foi esquecido", diz viúva de motorista de aplicativo em protesto

Colegas de Rafael Baron fizeram carreata nesta manhã contra liberdade do homem que o matou a tiros

Marta Ferreira e Clayton Neves | 23/10/2019 13:25
A esposa de Rafael, Karinne, em meio a protesto de motoristas de aplicativo. (Foto: Henrique Kawaminami)
A esposa de Rafael, Karinne, em meio a protesto de motoristas de aplicativo. (Foto: Henrique Kawaminami)

Em meio a protesto feito no fim da manhã desta quarta-feira (23) no Centro de Campo Grande por motoristas de aplicativo, uma mulher de 25 anos tinha o testemunho mais triste de todos a dar. Karinne Pereira Baron, 25 anos, usava camiseta estampada com o rosto do marido, Rafael Baron, 24 anos, assassinado em maio deste ano. Junto com cerca de 60 colegas de trabalho do marido falecido, participou de ato para pedir justiça, e principalmente, questionar o motivo de o assassino confesso, Igor César de Lima Oliveira, 22 anos, estar em regime semiaberto.

“Foi um choque descobrir a progressão de pena”, definiu. Ela contou ter passado mal ao ser informada. De acordo com ela, um amigo viu Igor na rua, ligou para um conhecido advogado e houve a confirmação de que o rapaz estava em regime semiaberto e não preso.  Ele já cumpria pena no semiaberto por roubo a mão armada

“Ficamos desesperados, ainda é algo muito recente e triste para a família, ainda nem nos recuperamos”, disse Karinne. “Ainda estamos tentando viver novamente, nos reconstruir”, resumiu. Para ela, o fato de o assassino não estar preso “mostra que a justiça está sendo falha em deixar um homem desse solto”.

“É como se o que passou tivesse sido esquecido”, declarou. Ela tem um filho, de pouco mais de um ano com Rafael.

"Parece que foi esquecido", diz viúva de motorista de aplicativo em protesto

Há 2 anos na atividade, Sérgio Arnaldo Barbosa, 47 anos, afirma haver “sentimento de insegurança total”. Enumera uma série de cuidados adotados, como evitar o trabalho nas madrugadas, mas diz ser insuficiente, dado os casos de roubos e outros tipos de violência contra colegas.

“A gente trabalha no escuro, não sabe quem está colocando no nosso carro”, corrobora Marcos Nunes, de 30 anos, há pouco mais de 1 ano atuando como motorista de aplicativo.
Para Janderson Nantes, de 25 anos, falta, também, que as empresas criem mais mecanismos de proteção aos parceiros. Para ele, um dos grandes problemas é o embarque de terceiros. “É o grande desafio”, afirma.

A carreata começou nos altos da Afonso Pena, em uma das pistas, a do meio, sob acompanhamento da Polícia Militar. Os veículos fizeram o trajeto até a Rua Padre João Crippa, passaram pela Barão do Rio Branco e chegaram até a Rua da Paz, onde fica o Fórum da cidade.

O motivo de Igor ainda estar solto não foi esclarecido. 

 Confira abaixo video com a movimentação:

Cartaz relembra Rafael, vítima de assassinato em maio deste ano.
Cartaz relembra Rafael, vítima de assassinato em maio deste ano.

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