Acusado de tentar matar magistrado, advogado é preso em Campo Grande
Jail Benites de Azambuja foi apontado como mandante de um atentado contra um juiz federal de Umuarama
O advogado e ex-juiz Jail Benites de Azambuja foi preso nesta terça-feira (13) pela Polícia Federal em Campo Grande. Acusado de tentativa de homicídio contra o atual desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Luiz Carlos Canalli, o suspeito tinha mandado de prisão em aberto expedido pela justiça de Umuarama (PR). Azambuja já teve clientes famosos entre políticos de Mato Grosso do Sul.
Não há detalhes sobre a prisão de Azambuja, já que o processo é julgado em segredo de justiça, mas conforme apurado pelo Campo Grande News, o mandado de prisão foi enviado a Mato Grosso do Sul e cumprido nesta tarde por equipes da Polícia Federal em Campo Grande.
Jail Benites foi juiz da 2ª Vara da Justiça Federal de Umuarama e em 2008 simulou um ataque contra a própria casa. No dia 28 de fevereiro pistoleiros teriam disparados contra a residência em que o magistrado morava. Os tiros atingiram o carro de Azambuja e um investigação sobre o crime começou.
Em março, 44 policiais e três políticos da região foram presos por suspeita de participação em esquema de contrabando de cigarros e produtos eletrônicos vindos do Paraguai. Foi Azambuja quem expediu os mandados de prisão para que “ajudar nas investigações do atentado”, no entanto, os suspeito acabaram liberados por falta de prova e dias depois um capitão da Polícia Militar terminou preso por coagir testemunhas sobre o caso.
No dia 19 de setembro, o então juiz federal Luiz Carlos Canalli também foi vítima de um atentado. Na época, ele era diretor do Fórum Federal de Umuarama e após cinco dias, Azambuja acabou preso em Curitiba como mandante do crime. Junto com ele, o motorista e jardineiro, Adriano Vieira, foi detido e confessou ser o autor dos tiros, mas negou o envolvimento do patrão.
Clientes - Em liberdade, Azambuja se mudou para Campo Grande e chegou a defender Gilmar e Andreia Olarte em 2016, quando foram presos durante a Operação Pecúnia, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). Ele também representou o ex-senador Delcídio do Amaral, que renunciou depois de ser acusado de tentar obstruir o trabalho de investigação da Lava Jato.
Ainda assim, Azambuja responde pela tentativa de homicídio. O julgamento do atentado aconteceria na sexta-feira (9), mas acabou adiando depois o réu alegou que seus advogados não tiveram tempo hábil para estudar o caso e articular a defesa.