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Capital

Advogado da Capital vira réu por pedofilia na internet

Ele foi alvo da Operação Lobos, realizada pela Polícia Federal no mês de dezembro

Aline dos Santos | 01/02/2022 09:15
Operação Lobos 2 foi deflagrada em dezembro contra abusadores sexuais. (Foto: Divulgação/PM)
Operação Lobos 2 foi deflagrada em dezembro contra abusadores sexuais. (Foto: Divulgação/PM)

Alvo da Operação Lobos 2, deflagrada pela PF (Polícia Federal) em 3 de dezembro contra pedófilos, advogado de Campo Grande, de 33 anos, segue preso e se tornou réu na Justiça Federal da Capital por disponibilizar, publicar e divulgar conteúdo com sexo explicito envolvendo menores de idade. O crime é previsto no ECA (Estatuto da Criança  e do Adolescente).

A denúncia aponta que o homem, oculto pelo apelido “Lepolepolepo”, disponibilizou material num fórum chamado “Anjos Proibidos”, dedicado ao compartilhamento de material de abuso sexual de meninos, sendo os brasileiros a maioria dos usuários.

O documento também informa que as postagens do advogado mostravam que teria abusado dos “cunhadinhos” e previa “boa colheita” de seus afilhados. As mensagens sustentaram a decisão para negar a liberdade provisória ao réu. Conforme decisão da 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande, seria difícil, senão impossível, fiscalizar a ordem de não se aproximar de menores de 18 anos. O magistrado ainda aponta que o advogado pode agir para destruir provas.

“O teor das postagens do acusado no site, por meio do nickname LepoLepoLepo, no sentido de que teria abusado dos seus ‘cunhadinhos’, ou mesmo que previa ‘boa colheita’ dentro de alguns anos em relação aos seus afilhados, acentua o risco reiteração delitiva, dada a sua proximidade com as supostas vítimas”.

O MPF (Ministério Público Federal) acusa o advogado de ter feito postagens entre 12 de janeiro de 2016 e 16 de fevereiro de 2019. Ele foi considerado bastante ativo na deep web (a internet profunda, com material que não aparece nas buscas comuns e protegido por criptografia). Foram 700 postagens em vários fóruns.

A defesa pontua que a conduta supostamente praticada por ele consistiria apenas no comentário sobre um link já existente, o qual não foi criado pelo acusado, contendo imagem com péssima qualidade que não permite verificar se os atores ali encontrados são menores de idade ou não.

Ao ser preso, a PF constatou que o advogado também armazenava arquivos contendo cena de pornografia envolvendo criança e adolescente. O que resultou na denúncia por armazenamento dessas imagens. Já a suspeita de crime de estupro de vulnerável foi repassada para a Justiça estadual.

A defesa pediu para o processo não ser compartilhado com a OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil), que fará processo administrativo contra o advogado. A justificativa é de que se trata de dados preliminares, “informações inquisitoriais, sem o crivo do contraditório e do devido processo legal”.

Já as filhas do réu, que são menores de idade, solicitaram ingresso como assistente de acusação, sendo representadas pela mãe. Elas informaram ser possíveis vítimas. O magistrado autorizou o compartilhamento dos dados com a OAB e negou o pedido das filhas por falta de provas. O nome do advogado não foi divulgado para não identificar as possíveis vítimas. A Operação Lobos 2 foi realizada em 20 estados contra abusadores sexuais.

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