Advogado de MS é investigado por produzir e divulgar pornografia com crianças
Profissional do Direito de 33 anos e foi alvo da Operação Lobos 2, deflagrada em 20 estados e no DF
Um advogado, de 33 anos, foi preso em Campo Grande, nesta sexta-feira (3), alvo da Operação Lobos 2, deflagrada pela PF (Polícia Federal) em 20 estados brasileiros e no Distrito Federal, contra grupo criminoso que utilizava a internet para espalhar material contendo cenas de abuso sexual infantil pelo Brasil e em diversas partes do mundo.
Policiais federais foram às ruas para cumprir no total 112 mandados, sendo 104 de busca e apreensão e oito de prisão preventiva.
O Campo Grande News apurou que equipe da PF esteve em endereço ligado ao advogado, na Vila Bandeirante – no sudoeste da Capital. Duas viaturas da PF chegaram ao local por volta das 6h e passaram pelo menos 4 horas no imóvel.
As circunstâncias da prisão na Capital não foram divulgadas pela Polícia Federal. Mas, a OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil Seccional de Mato Grosso do Sul) confirmou que acompanhou, nesta manhã, “busca, apreensão e a prisão” do advogado.
Assim que soube da situação, a Ordem enviou integrantes da Comissão de Defesa e Assistência das Prerrogativas dos Advogados para o local onde estava o alvo da PF. A OAB informou ainda que o advogado é “investigado por envolvimento com a produção, divulgação e armazenamento de conteúdos pornográficos com crianças e adolescentes”.
Por meio da assessoria de imprensa, a entidade de classe manifestou “seu total repúdio a todo e qualquer ato de pedofilia”. O advogado deve responder a processo ético e, dependendo do que for apurado inicialmente, pode ser suspenso preventivamente.
O Campo Grande News tentou diversas vezes falar com advogados que representam o suspeito em outros processos, mas nenhum dos números disponibilizados atenderam às ligações. O nome do investigado na operação não será divulgado, por enquanto, como forma de preservar a identidade das possíveis vítimas.
A operação - Na Lobos 2, além da identificação e prisão dos abusadores sexuais, a Polícia Federal estava em busca da localização para fazer o resgate de crianças que se encontram em situação de extrema violência.
Ainda conforme divulgado mais cedo, a Polícia Federal fez parcerias com forças de segurança de diversos países para identificar os criminosos. A união internacional permitiu a identificação de um brasileiro que utilizava a deep web – meio de navegação pela rede mundial de computadores mais difícil de rastrear – para hospedar e gerenciar cinco dos maiores sites de abuso sexual infantil da internet.
Os sites e fóruns da dark web eram divididos por temática, com imagens e vídeos de abuso sexual de crianças de 0 a 5 anos, abuso sexual com tortura, abuso sexual de meninos e de meninas. As páginas tinham mais de 1,8 milhão usuários, em todo o mundo, para postar, adquirir e retransmitir materiais relacionados à violência sexual contra crianças e adolescentes.
Durante as investigações, a PF conseguiu identificar e prender o principal responsável pelos sites voltados para o abuso sexual de crianças e adolescentes, em uma ação que foi batizada de Operação Lobos. À época, o fato não foi divulgado para não atrapalhar as investigações e nas prisões de produtores e consumidores deste tipo de material criminoso.
A continuidade das medidas investigativas em sigilo permitiu a identificação e localização de dezenas de indivíduos no Brasil, envolvidos com a produção e divulgação de material pornográfico. Os crimes investigados são: a venda, produção, disseminação e armazenamento de pornografia infantil e estupro de vulnerável.