Além de escolas e delegacias, presos reformam prédio para projeto social
Sede de empresa que foi desativada abrigará cursos do programa ‘Rede Solidária’, do Governo do Estado
Além de trabalhar na reforma de escolas e delegacias, detentos do regime semiaberto de Campo Grande estão finalizando as obras de melhorias nas instalações de uma antiga empresa no bairro Jardim Noroeste – no leste de Campo Grande – onde funcionará a segunda unidade do programa “Rede Solidária”, do Governo do Estado. Oito internos do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira foram escalados para o projeto.
A unidade 2 do “Rede Solidária” atenderá 850 pessoas cadastradas no Vale Renda oferecendo acesso a serviços relacionados a lazer, cultura, esportes, trabalho e alimentação. Para o local, já estão programados cursos de música, balé, futebol, karatê e informática.
Uma horta será plantada e as verduras utilizadas para a confecção das refeições oferecidas para os participantes do projeto. A ideia é ainda ensinar as famílias a cultivarem hortaliças em casa para baratear os gastos com alimentação. Todas as ações são coordenadas pela Sedhast (Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho).
Construído em uma área de 7,2 mil metros quadrados, a unidade tem estrutura física de 2.338 m². A previsão de início das atividades é para esse segundo semestre de 2016.
Mão de obra – Já os presos fazem parte do programas de ressocialização idealizados pelo juiz Albino Coimbra Neto, da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande. Conforme a assessoria de imprensa do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), o Estado já economizou R$ 2 milhões por meio da parceria com o Judiciário para as reformas de seis escolas estaduais na Capital pelas mãos de presos.
Além do “Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade” para a revitalização de unidades de ensino, na quinta-feira (15), o Judiciário e o Executivo estadual lançaram o “Mãos que Constroem” para a reforma de delegacias de polícia com a mão de obra dos detentos.
O bairro – O Noroeste, onde vivem 13 mil pessoas, foi escolhido para receber o programa de governo por conta de diagnóstico de vulnerabilidade social. No bairro, segundo a Sedhast, houve aumento de 150% nos homicídios na região de 2014 para 2015.
Além disso, segundo a secretaria, grande parte da população é de crianças e o bairro ainda apresenta o pior índice de qualidade de vida de Campo Grande, segundo um relatório feito pela Prefeitura da Capital em 2015.
Nem a Sedhast e nem o Judiciário divulgaram o valor gasto na obra com a mão de obra, uma vez que presos são remunerados pelo trabalho, e com o material de construção. O governo também não divulgou o valor do aluguel do prédio no Noroeste.
Por meio da assessoria de imprensa, a Sedhast informou que está levantando o quanto foi investido na reforma até agora.
Matéria alterada para acréscimo de informação às 17h16.