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Capital

Alvo da Operação Omertà, delegado de MS é condenado por posse de fuzil

Márcio Obara é réu na operação que investiga ação de milícia armada

Aline dos Santos | 01/04/2022 11:09
Delegado Márcio Obara foi alvo da terceira fase da operação Omertà. (Foto: Divulgação/Sejusp)
Delegado Márcio Obara foi alvo da terceira fase da operação Omertà. (Foto: Divulgação/Sejusp)

Alvo da terceira fase da Operação Omertà, o delegado Márcio Shiro Obara foi condenado a três anos por crime do Sistema Nacional de Armas. Ao ser preso em 18 de junho de 2020, foram apreendidos com ele um fuzil e 784 munições.

Na sequência, em 3 de julho de 2020, ele foi denunciado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). A acusação destacou a periculosidade da arma de fogo encontrada e que o réu tinha conhecimento da ilicitude do ato praticado. “Eis que o seu ofício – como Delegado de Polícia Civil – é repelir crimes como este noticiado.”

De acordo com a decisão da 5ª Vara Criminal de Campo Grande, a pena deve ser cumprida em regime aberto. O delegado foi enquadrado no artigo 16 da Lei 10.826/03: possuir sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar. A pena varia de três a seis anos.

Delegado há mais de duas décadas, Obara foi titular da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios) por quatro anos. Em 2020, informou que teve contato com o fuzil durante capacitação oferecida pela Polícia Civil em Ponta Porã.

A arma de grosso calibre foi levada para a sua casa para manutenção. O delegado era instrutor da Acadepol (Academia da Polícia Civil). A versão foi confirmada pelo delegado que teria repassado a arma para o colega no ano de 2018.

Obara também citou que todas as munições tinham origem legal, sendo recebidas do Exército, Forças Armadas, Instituto Militar e também da polícia para atividades de docente (instrutor de tiros) e atividade profissional.

Facilitador - Márcio Obara é réu na Operação Omertà, que investiga ação da milícia armada. O delegado é acusado de esconder provas na apuração do assassinato de policial militar reformado e apontado como o destinatário de R$ 100 mil que seria pago por organização criminosa a um delegado.

Ele ficou 50 dias presos e, agora, exerce atividade administrativa. A reportagem entrou em contato com a defesa e aguarda retorno.

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