Alvo de operação contra o PCC já foi investigado em esquema de tráfico
Gabriel Vinicius Cabrera, de 23 anos, morava na casa em que cigarros contrabandeados e um revólver calibre 38 foram apreendidos pela Polícia Militar
Um dos alvos da Operação Yin-yang, realizada na manhã desta quinta-feira (7) em combate ao PCC (Primeiro Comando da Capital), já foi investigado por participação em um esquema de tráfico que abastecia bocas de fumo na região Sul de Campo Grande. Gabriel Vinicius Cabrera, de 23 anos, morava na casa em que cigarros contrabandeados e um revólver calibre 38 foram apreendidos durante as ações. Ele não foi encontrado.
Nesta manhã, policiais do 1º Batalhão de Polícia Militar foram até uma casa da Vila Fernanda, para cumprir mandado de busca e apreensão e também de prisão em nome de Gabriel Vinicius Cabrera. Não o encontraram no local, mas se depararam com 2.497 pacotes de cigarros contrabandeados escondidos em um dos quartos.
Os militares acharam ainda um revólver calibre 38 anos, com seis munições, que foi apreendido. O carregamento e a arma pertenceriam à irmã de Gabriel, Eliana Rocha Cabrera, de 30 anos, que também não estava na casa no momento do flagrante.
Essa, no entanto, não é a primeira vez que a família de Gabriel se vê em meio a uma operação policial contra o crime organizado. O pai dele, Adelino Cabrera, é apontado pela polícia como um “traficante das antigas”, conhecido por vender drogas na região do Portal Caiobá.
Em 2016 pai e filho foram investigados e presos pela Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico) durante a Operação Tokio, que desarticular uma quadrilha responsável por abastecer bocas de fumo da região sul de Campo Grande.
Segundo denuncia do MPMS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul), o esquema era coordenado por três traficantes que organizavam a aquisição e distribuição da droga entre os integrantes do grupo. Gabriel, o pai e outro cinco suspeitos, cuidavam do armazenamento e da venda nas bocas da região.
Conforme as investigações, os traficantes trabalhavam em um esquema parecido com os das franquias, se o estoque de algum tipo de droga acabasse, negociavam entre si o “empréstimo” das porções até a chegada dos novos carregamentos a Capital.
Na ocasião, Gabriel e o pai negaram participação no crime. Foram presos na operação, Anderson da Silva Nakamura, Suzana Santana Taborda, Sinara da Silva, Jaxson Alves Batista, Lucas de Carvalho, Gilmara Cristina Santos da Silva, Gabriela dos Santos da Silva, Vandir Bastos, Marcelo da Silva Venci Guerra, Marcia da Silva Pereira.
Além da operação, ambos possuem outras passagens pela polícia por tráfico de droga. Adelino ainda posse ilegal de arma de fogo.
Operação Yin-yang – Realizada na manhã desta quinta-feira (7) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), a operação tem o objetivo de combater as ações do PCC (Primeiro Comando da Capital) dentro e fora dos presídios.
Os alvos da operação, segundo o Gaeco, exercem várias funções na estrutura da facção, cuidando desde a convocação de novos integrantes dentro e fora dos presídios (os chamados "batismos"), como também são encarregados de crimes de tráfico de droga, roubos e homicídios.
Foram expedidos 60 mandados, sendo 48 de prisão preventiva e 12 de busca e apreensão em Campo Grande, Dourados, Três Lagoas, Corumbá, Umuarama (PR) e Mossoró (RN).
Na Capital, os mandados foram cumpridos nas casas dos suspeitos e dentro das penitenciárias Jair Ferreira de Carvalho (o presídio de segurança máxima da Capital), IPCG (Instituto Penal de Campo Grande), Presídio Feminino e Estabelecimento Penal do Regime Semiaberto.
Informações iniciais relevaram a prisão de uma mulher, moradora do Jardim Lageado e de dois irmãos – uma mulher de 33 anos e um rapaz de 28 – no Caiobá. Detalhes sobre apreensões e prisões não foram divulgados.
Participam da ação promotores de Justiça, policiais do Gaeco, 125 agentes penitenciários, 80 policiais militares e 4 policiais do grupamento aéreo, encarregados de dar suporte à operação.