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Capital

Amigos do Parque coletam assinaturas para pedir proibição de prédios no entorno

“O quintal da Capital está em perigo”, avisa associação que pressiona Estado para criar zona de amortecimento

Anahi Zurutuza | 22/09/2021 16:26
Parque dos Poderes visto do alto, o "coração verde" da Capital (Foto: Campo Grande News /Arquivo)
Parque dos Poderes visto do alto, o "coração verde" da Capital (Foto: Campo Grande News /Arquivo)

A associação Amigos do Parque lançou nesta semana abaixo-assinado on-line para angariar apoio à criação de zona de amortecimento do Parque Estadual do Prosa. Os associados, moradores do entorno da reserva e região, temem que a expansão imobiliária em franco avanço na região provoque quadro de degradação ambiental irreversível para a unidade de conservação.

Com frases como “O quintal de Campo Grande está em perigo”, “Não vamos deixar que destruam o Parque dos Poderes” e “Prédio aqui não” , a petição coletou 331 assinaturas até às 16h30 desta quarta-feira (22). Para acessá-la, clique aqui.

O Parque Estadual do Prosa possui 135 hectares de Cerrado preservados e abriga nascentes do Córrego Prosa, além do Parque dos Poderes e o Parque das Nações Indígenas. A unidade de conservação, apesar de toda a legislação vigente para protegê-la, ainda está desamparada, acredita grupo de 248 moradores, que formaram a Associação Amigos do Parque.

“Começamos um movimento no início do ano passado, porque a gente sabe que o avanço das construções pode prejudicar muito a biodiversidade. Temos trabalhado na conscientização e feito pressão para que o Governo do Estado crie legislação para conter esse avanço”, explicou Leonardo Campos, morador do Bairro Cidade Jardim e líder do grupo, em reportagem publicada pelo Campo Grande News no dia 9 de setembro.

Parque Estadual do Prosa no meio e setores 1, 2 e 3, onde a ocupação terá de seguir regras para não gerar impacto negativo à unidade de conservação. (Arte: Henrique Lucas)
Parque Estadual do Prosa no meio e setores 1, 2 e 3, onde a ocupação terá de seguir regras para não gerar impacto negativo à unidade de conservação. (Arte: Henrique Lucas)

Decreto - Para proteger o Parque Estadual do Prosa dos prejuízos da urbanização desregrada, o Governo de Mato Grosso do Sul trabalha na elaboração de decreto que cria zona de amortecimento. Estudo foi feito por técnicos do Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), a pedido do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que ouviu alertas e demonstrou preocupação com a exploração imobiliária do entorno do parque, apurou o Campo Grande News no início do mês.

As restrições e regras, se aprovadas e passarem a vigorar, valerão para bairros como Cidade Jardim, Chácara Cachoeira e Jardim Veraneio.

Dentre as medidas estudadas, está a proibição da construção de prédios (edificações com mais de 12 metros de altura), em área de 232 hectares e perímetro de 10 km no entorno do parque.

Ficariam vedadas, por exemplo, fachadas que usem revestimentos espelhados ou refletivos, para evitar que aves se acidentem. Imóveis não poderão ter cercas elétricas ou concertina, para impedir a eletrocussão ou que animais fiquem feridos.

Todas as construções na zona de amortecimento precisam dar preferência às espécies de plantas nativas no paisagismo, pavimentos permeáveis e implantar soluções para a reutilização da água da chuva. Os sistemas de iluminação artificial devem estar adequados para diminuir a atração e desorientação de animais silvestres.

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