Antes da irmã, assassino tentou matar o filho adolescente por ciúme da ex-mulher
Criminoso dizia que a ex-esposa estava tendo um caso com o filho do casal, um garoto de 17 anos
A vida pregressa de Antônio Benites, de 38 anos, está envolta em episódios de violência e crimes chocantes. Antes de matar a irmã asfixiada e ficar por 20 horas com o corpo, “Ninho”, como era conhecido, tentou matar o filho, de 17 anos, por acreditar que o adolescente tinha um relacionamento amoroso com a própria mãe, mulher com quem o criminoso foi casado por quase 20 anos.
“Ele saiu da cadeia recentemente, estava na rua há uns dois meses. Veio ficar aqui em casa e transformou nossa vida em um inferno. Ficou com ciúmes do meu filho e disse que arrancaria a cabeça do menino. Para ele, eu estava me relacionando com meu próprio filho”, contou a ex-mulher em entrevista ao Campo Grande News.
Segundo ela, Antônio estava determinado a tirar a vida do filho e chegou a partir para cima do adolescente. Como não conseguiu ferir o menor de idade, passou a vigiar o rapaz no horário de saída do serviço. “Ele ficou esperando no mercado em que o menino trabalha. A sorte foi que no dia, ele tinha saído mais cedo. Outro dia, veio para cima de mim e correu para tentar pegar uma faca para me matar. A sorte é que conseguiram segurar e impedir”, relata.
Além do adolescente, o casal que se conheceu em Ponta Porã e viveu junto por quase duas décadas teve outros cinco filhos, de 16, 14, 12, 8 e 2 anos. A dona de casa tinha 14 anos no início do relacionamento
Durante os anos de casamento, a ex-mulher lembra que Antônio apresentava comportamento agressivo e que fugia à realidade. Com o tempo, a situação se agravou e os primeiros crimes começaram a vir à tona.
Em 2009, o criminoso tentou estuprar uma vizinha. Pouco tempo depois, também tentou abusar sexualmente da própria cunhada. Na lista, também aparecem crimes de roubo, maus-tratos e violência doméstica. “Ele ficou preso 5 anos e saiu agora. Eu sempre falei para a Justiça que ele era muito violento e que não podia ser solto", completa.
Para a dona de casa, o assassinato de Patrícia Benites Servian, na última sexta-feira (27), foi uma tragédia anunciada. “Dessa vez, ele matou a irmã, mas poderia ter sido eu ou algum dos meus filhos. Tudo isso é indignante, porque faz tempo que ele apronta e a Justiça não faz nada. Ele é psicopata e não pode ficar solto”, finaliza.
Caso - Conforme a investigação policial, Patrícia foi asfixiada até a morte pelo próprio irmão na casa onde vivia, no cruzamento das ruas Dalva de Oliveira com Francisco da Silva, no Bairro Tiradentes, em Campo Grande.
O homem chegou a cavar uma cova no quintal para enterrar a irmã. Familiares também suspeitam que ele tenha estuprado a vítima.
O crime ocorreu na madrugada de sexta-feira (27), mas o caso só veio à tona por volta das 18h do mesmo dia, depois que familiares invadiram a residência ao notar o sumiço da mulher. Antônio saiu correndo após ser descoberto e, desde então, seguia foragido. Ele foi preso nesta manhã, perambulando pelo anel viário, na saída para Três Lagoas, na Capital.